Há uma superstição em inglês que diz (em uma tradução literal) que que a “terceira vez é a da sorte”. Na terceira tentativa de algo, haverá um sucesso. E isso aplica-se perfeitamente ao show do Anathema em São Paulo no Carioca Club.

A banda já havia passado por terras brasileiras no meio da década de 1990 e seu retorno era muito aguardado pelos fãs que acompanharam a evolução de seu som ao longo do tempo. E foi na terceira tentativa, após os cancelamentos em 2006 e 2011, que a espera finalmente chegou ao fim.

Tamanha ansiedade era demonstrada pelo público que já lotava a casa uma hora antes do início da apresentação, pontualmente às 20h15. E por mais de duas horas o grupo causou um turbilhão de emoções na plateia. Não era dificil olhar para o lado e ver alguém em lágrimas ou segurando o choro, cantando ou a plenos pulmões ou de forma intimista para si como se a música tivesse um significado pessoal que só a pessoa poderia entender.

A apresentação teve início com Untouchable, part 1 e Untouchable, part 2 levando o Carioca Club a cantar junto com a banda, que demonstrava uma grande animação por finalmente conseguir tocar novamente no País. Vincent Cavanagh chegou a comentar que o Brasil havia sido um dos primeiros lugares fora em que haviam tocado e soltou um “nós conseguimos” por finalmente poder retornar. A interação com o público foi ajudada pelo baixista português Tobel Lopes que, falando em nossa língua, traduzia alguma coisa que Vincent falava e incentivava o público a cantar e a pular.

A primeira parte do set contou com canções dos recentes discos Weather Systems e We’re Here Because We’re Here intercaladas com algumas gravações do disco Judgement, como Emotional Winter e Deep. Pouco antes do bis, durante Closer, o grupo interrompeu brevemente a apresentação para que uma fã que passou mal na grade pudesse ser atendida, com Daniel Cavanagh levando água a ela e perguntando como a garota estava.

Se as emoções na casa estavam altas a essa hora, foi durante o bis que tudo chegou ao êxtase. Nele, o Anathema tocou, de uma vez, uma sequência de quatro músicas do álbum Alternative 4 junto com One Last Goodbye e Parisienne Moonlight (que só esteve presente no set brasileiro e chileno da turnê) para, então, encerrar a noite com a canção do disco Alternative 4 que todos queriam ouvir.

E com Fragile Dreams, que teve até a melodia da guitarra cantada pelo público, que não parou de pular nesse momento, o Anathema pôs fim, de forma magistral, ao medo e a ansiedade que rondaram nos últimos anos a apresentação do grupo no Brasil, sendo ovacionado por um público que pode lavar a alma nesse dia.

Confira a galeria de fotos desse show!

Set list:

Untouchable, Part 1
Untouchable, Part 2
The Gathering of the Clouds
Lightning Song
Thin Air
Dreaming Light
Deep
Emotional Winter
Wings of God
The Beginning and the End
A Natural Disaster
Closer
A Simple Mistake
Internal Landscapes

Bis:
Shroud of False
Lost Control
Destiny
Inner Silence
One Last Goodbye
Parisienne Moonlight
Fragile Dreams