Dimmu BorgirOito anos. Foi esse o tempo que os fãs brasileiros tiveram que esperar para ver novamente o Dimmu Borgir, um dos maiores nomes do Black Metal norueguês. De lá para cá, muita coisa mudou na banda, especialmente com a “saída” de Vortex e Mustis, em 2009. A ausência desses músicos, inclusive, poderia ter sido um fato decisivo para muitos fãs deixarem de ir ao show, mas, em plena terça-feira, o que se viu foi um Carioca Club lotado de gente muito empolgada com o que estava por vir.

Pontualmente às 21 horas, as luzes do Carioca Club se apagaram, o telão que exibia um jogo de vôlei foi recolhido e a plateia enlouqueceu. Uma longa introdução foi o sinal para os integrantes ocuparem seus postos. Já era de conhecimento geral que o Dimmu Borgir estava fazendo um show com duas partes, sendo a primeira com o álbum Enthrone Darkness Triumphant (1997) praticamente na íntegra e Mourning Place iniciou a noite, seguida por Spellbound (by the Devil) e In Death’s Embrace. Shagrath, muito expressivo (até teatral), conduziu muito bem o público o tempo todo.

Entre uma música e outra, o vocalista trocava algumas palavras com os fãs, agradecia pela presença e até arriscava um “obrigado” em tímido português carregado de sotaque norueguês. A primeira parte do show continuou com Relinquishment of Spirit and Flesh, The Night Masquerade, Tormentor of Christian Souls, A Succubus in Rapture e Raabjørn Speiler Draugheimens Skodde. Apesar de constarem no setlist, Prudence’s Fall, Entrance e Master of Disharmony ficaram de fora do show.

A banda saiu do palco e músicas instrumentais preparavam o clima para a segunda parte do show. O primeiro a voltar foi o baterista Daray, que “se escondeu” atrás de seu enorme kit de bateria e executou um ótimo solo. Quando todos retornaram aos seus postos, Vredesbyrd, do álbum Death Cult Armageddon, e Kings of the Carnival Creation, de Puritanical Euphoric Misanthropia, levaram o público para os grandes tempos antigos da banda. A fase mais recente, do álbum Abrahadabra (2010), foi representada rapidamente com as músicas Dimmu Borgir, Ritualist e Gateways, em seguida, Puritania fechou a segunda parte do setlist. Mais uma breve pausa para a banda e Gerlioz veio até a frente do palco para filmar toda a galera. A banda começou a puxar as palmas do público para The Serpentine Offering e, depois, a aguardadíssima Progenies of the Great Apocalypse encerrou aquelas quase duas horas de show.

Dimmu Borgir

O trio Shagrath, Silenoz e Galder, ao lado de Daray, Cyrus e Gerlioz, que acompanham a turnê, fizeram uma passagem memorável por São Paulo. As comparações com a antiga formação e com o show de 2004 são inevitáveis e talvez os próprios integrantes não se surpreendam com isso. Os fãs tiveram um papel fundamental nesse show, sempre reagindo com muitos gritos, aplausos e cantando todas as músicas como se fossem as últimas que ouviriam na vida – em alguns momentos, inclusive, cantando mais alto que a banda. O maior sinal de que a noite foi um sucesso foi exatamente esse: casa cheia no meio da semana e as pessoas voltando para casa descabeladas, roucas e sem acreditar no que tinham acabado de viver. São Paulo foi a cidade escolhida para encerrar a The South American Tour 2012, que passou por oito países e, com certeza, os fãs deixaram ótimas impressões para a banda. Agora, resta ficar na torcida para que não sejam necessários mais oito anos para o Dimmu Borgir voltar e enlouquecer os fãs brasileiros.

Setlist:

Parte 1

Mourning Place
Spellbound (by the Devil)
In Death’s Embrace
Relinquishment of Spirit and Flesh
The Night Masquerade
Tormentor of Christian Souls
A Succubus in Rapture
Raabjørn Speiler Draugheimens Skodde

Parte 2

Drum solo – Daray
Vredesbyrd
Kings of the Carnival Creation
Dimmu Borgir
Ritualist
Gateways
Puritania

Bis

The Serpentine Offering
Progenies of the Great Apocalypse

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Escrito por

Renata Santos

Sou formada em jornalismo e colaboro com sites de música há quase dez anos. Integro a equipe do Portal do Inferno desde 2011.