Além de ser o período em que o inverno se aproxima e das comemorações das festas juninas, o mês de junho também se tornou, nos últimos anos, o mês em que ocorre na capital paulista o tradicional festival Best of Blues and Rock.
Mais uma vez ocorrendo no Parque do Ibirapuera, o festival, que se encontra em sua 12° edição, contou com quatro datas em dois finais de semana (7, 8, 14 e 15 de junho). Na primeira semana, a atração principal foi a Dave Matthews Band nos dois dias, entre outras atrações. Mas nossa cobertura abrangeu o segundo final de semana, que contou com Alice Cooper e Deep Purple como atrações principais.
Vale ressaltar que o festival mescla muito bem artistas consagrados com talentos emergentes da música. É o caso do hard rock setentista dos Hurricanes, ou das influências de soul e blues da cantora e guitarrista Judith Hill, artistas muito bem escolhidos pela produção.
Sábado, 14 de junho
A noite já se aproximava quando subiu ao palco a guitarrista Larissa Liveir. Fenômeno do Youtube, o show, composto por diversas versões de artistas consagrados do heavy metal e do hard rock em versões instrumentais, teve início com uma medley de “Thunderstruck” (AC/DC), “Rainning Blood” (Slayer) e “Sad But True” (Metallica). Foram executadas também versões de Scorpions e Led Zeppelin, com destaque para Khadhu Capanema (Cartoon, Orquestra Mineira de Rock), que cedeu sua voz para uma ótima releitura da maravilhosa “Since I’ve been Loving You” do Zep, além de “The Trooper”, do Iron Maiden – esta, contando com Nita Strauss (Alice Cooper) fazendo dueto com Larissa.

Cantando em alto e claro português, às 19h o Black Pantera subiu ao palco. A banda vem ganhando cada vez mais espaço e participando de diversos festivais. E merecido, pois o trio faz apresentações energéticas que agradam fãs desde o pop ao heavy metal com suas letras de concientização e protesto. E neste sábado não diferente.
Músicas como “Perpetuo” (do álbum homônimo, que está completando um ano de lançamento), “Provérbios”, “Tradução”, “Seleção Natural”, a inédita “Unfuck This”, “Revolução é o caos” e “Fogo nos racistas” levantaram parte da galera presente. Digo “parte” por se tratar de um festival mainstream, e pelo fato da plateia se mostrar um tanto quanto “fria” com a interação da banda. Mas isso não pareceu afetar Charles Gama (guitarra, voz), Chaene da Gama (baixo, voz) e Rodrigo “Pancho” Augusto (bateria) durante a performance.

Já a banda seguinte entregou o que era esperado – música e arte. Alice Cooper fez um show sensacional, digno do merecido posto de headliner da noite. Acompanhado de uma excelente banda – Ryan Roxie, Tommy Henriksen, Nita Strauss (guitarras), Chuck Garric (baixo) e Glen Sobel (bateria) – e de toda a teatralidade que envolve seus shows, e que denominaram o seu estilo como shock rock, Alice destilou bandas de todas as fases, desde a mais recente “Welcome to the Show” e canções dos anos 1990, como “Lost in America”.

Não faltaram clássicos como “No More Mr. Nice Guy” (a primeira a agitar realmente o público, até por ser um dos maiores hits radiofônicos), “I’m Eighteen” (apoiado em uma muleta), “Billion Dollar Babies”, “He’s Back (The Man Behind the Mask)” – que nos shows tem sido executada em uma versão mais pesada que a de estúdio – e “Hey Stoopid”.
“Welcome to My Nightmare” precedeu “Cold Ethyl”, com Alice carregando a boneca Ethyl nos braços. “Poison” voltou a levantar a plateia, e “The Black Widow”, apenas com a banda, empolgou os fãs mais antigos. Na sequência, o cantor retorna ao palco vestido com a camisa de força para “Ballad of Dwight Fry”, para na sequência, durante “Killer”, ser decapitado na guilhotina pela personagem representada por Sheryl Cooper, sua esposa.

“I Love the Dead” prosseguiu e, na sequência, “School’s Out” e “Feed My Frankenstein” encerraram a terceira noite de festival.
Setlist – Alice Cooper
Lock Me Up
Welcome to the Show
No More Mr. Nice Guy
I’m Eighteen
Under My Wheels
Bed of Nails
Billion Dollar Babies
Snakebite
Be My Lover
Lost in America
He’s Back (The Man Behind the Mask)
Hey Stoopid
Solo – Glen Sobel
Welcome to My Nightmare
Cold Ethyl
Go to Hell
Poison
The Black Widow (apenas a banda)
Ballad of Dwight Fry
Killer (apenas a banda)
I Love the Dead (apenas a banda)
School’s Out (com “Another Brick in the Wall” na parte final)
(bis)
Feed My Frankenstein
Domingo, 15 de junho
O headliner Deep Purple fez o que era esperado. Com um setlist já conhecido – basicamente o mesmo executado no Monsters of Rock e em sua passagem em 2024 – o foco foi o álbum “Machine Head”, seguido por algumas boas músicas de seu mais recente lançamento, “=1” – como “Lazy Sod” e “Bleeding Obvious”. “Uncommon Man”, do álbum “Now What?!” de 2013, foi dedicada a Jon Lord, tecladista e fundador da banda, falecido em 2012.

O restante do repertório foi só de clássicos, como “Into the Fire”, “Hard Lovin’ Man”, “Lazy”, “When a Blind Man Cries”, “Space Truckin'” e, obviamente, “Smoke on the Water”. Após uma breve saída do palco, “Hush” e “Black Night” foram executadas para encerrar o espetáculo e, respectivamente, o festival.
É de se destacar como esses senhores se transformam no palco. Como exceção do “jovem” guitarrista Simon McBride, que não chegou aos 50, os músicos da banda tem 76 (Ian Paice e Don Airey) e 79 anos (Ian Gillan e Roger Glover), e todos demonstram uma entrega incrível no palco, digna dos aplausos que receberam durante e ao final da apresentação. Uma escolha perfeita para o encerramento da 12° edição do Best of Blues and Rock.

Setlist – Deep Purple
Highway Star
A Bit on the Side
Hard Lovin’ Man
Into the Fire
Solo – Simon McBride
Uncommon Man
Lazy Sod
Lazy
When a Blind Man Cries
Anya
Solo – Don Airey
Bleeding Obvious
Space Truckin’
Smoke on the Water
(bis)
Green Onions (cover – Booker T. & the MG’s)
Hush (cover – Joe South)
Black Night
GALERIA DE FOTOS
LARISSA LIVEIR






BLACK PANTERA










ALICE COOPER

















DEEP PURPLE















(Agradecimentos à produção, Dançar Marketing, Marra Assessoria)