Para quem acompanha a carreira dos italianos do Lacuna Coil, não é nenhuma novidade a quase obsessão que eles sempre carregaram por figurar fortemente no mercado americano. E desde o álbum Karmacode foi possível perceber que essa adaptação de mercado começava a se tornar real. A banda não perdeu a essência, ao contrário, a lapidou mais ainda. Mas já era possível perceber elementos nítidos do mercado norte americano. Isso prosseguiu pelo álbum Shallow Life e não seria lógico imaginar que essa nova característica se perdesse nesse novo trabalho.

Quando foi divulgado o título do álbum e de suas músicas, a primeira impressão é que esse trabalho viria mais denso que os outros. Até mesmo as primeiras imagens de divulgação traziam uma identificação visual mais, sendo redundante, “dark” do que nos últimos. Para os que gostam dessa nova fase, isso pode ter soado levemente assustador. Para os mais antigos, uma pergunta se um rebusque das raízes poderia estar vindo. A verdade, acredito eu, é que esse álbum foi um dos mais esperados por quem é fã da banda. Principalmente pelos fãs brasileiros, que o receberam já cientes da data de seu próximo show agendada em nossas terras.

A verdade é que o álbum traz uma banda madura em seu ápice. Composições firmes, que em nada descaracterizam a evolução nítida ouvida através dos álbuns já lançados. Como tampouco indicam uma guinada para outras vertentes. A produção está irrepreensível, todos os instrumentos nítidos e uma certa “sujeira” contribuindo para o peso das músicas. Esse trabalho começa de forma impressionante, com uma sequência inicial de três músicas simplesmente devastadoras! Trip the Darkness, Against You e Kill the Light fazem o ouvinte criar uma expectativa maravilhosa para o álbum. Na sequência temos uma das músicas com o refrão mais grudento já concebido, acompanhada daquele swing característico que Criz Mozzati coloca nas músicas. O problema é que esse refrão é tão grudento que Give me Something More acaba se tornando cansativa rapidamente. Upside Down é a nova fase do LC em essência, aquela música para ser executada ao vivo com todos cantando e pulando junto. E, ao menos para mim, a partir desse ponto o álbum apresenta uma caída no ritmo. End of Time é uma baladinha bonitinha, sem nada demais ou além do que já ouvimos em outros álbuns. I Don`t Believe in Tomorrow, Intoxicated, The Army Inside podem ser consideradas músicas menores na discografia da banda, talvez um tanto americanizadas demais. Na sequência, a maior bola fora do álbum: o cover de Losing my Religion, música original do R.E.M. Depois do incrível resultado atingido com o cover de Enjoy the Silence (originalmente gravada pelo ícone Depeche Mode), mais um cover certamente gerou ansiedade na audição. Culminado em certa decepção. Fire é uma música, digamos, comum. E My Spirit fecha o mais recente trabalho dos italianos, sem o alavancar ao calor inicial do play.

Comecei essa audição com alma de fã inveterado de LC, encontrando mágica nos primeiros momentos. E terminando apenas me perguntando quais serão as “velharias” executadas no próximo show.

Dark Adrenaline – Shinigami Records – 2011

Nota: 8

Tracklist:

01. Trip the Darkness
02. Against You
03. Kill the Light
04. Give me Something More
05. Upside Down
06. End of Time
07. I Don`t Believe in Tomorrow
08. Intoxicated
09. The Army Inside
10. Losing my Religion
11. Fire
12. My Spirit

Formação:

Cristina Scabbia – Vocal
Andrea Ferro – Vocal
Marco Coti Zelati – Baixo, Teclados
Cristiano Migliore – Guitarra
Cristiano Mozzati – Bateria
Marco Biazzi – Guitarra

** O texto representa a opinião do autor e não a opinião do Portal do Inferno Webzine ou de seus editores

Escrito por

Redação

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