Mais uma grande noite para o Metal Carioca e Nacional, já que o Rio de Janeiro foi a cidade escolhida pela produção de ser o “kickstart” da primeira passagem do Asphyx pelo Brasil. Infelizmente o Teatro Odisséia recebeu pouquíssimos fãs, girou em torno de 100 pessoas somente no local ontem, deixando a casa bem vazia para a magnitude do evento, uma pena isso ter acontecido, mas quem não foi, tenha certeza, perdeu um grande show e uma chance única de ver essa lenda destruindo tudo ontem.

Tivemos dois incríveis nomes em palco ontem, fazendo a abertura do evento, o Coldblood foi a primeira a subir no palco do Odisséia, a banda carioca composta por Diego Mercadante (vocal e guitarra), Artur Cirio (Guitarra), Vitor Hugo (baixo) e Markus Coutinho (bateria) fizeram um show destruidor, apresentando músicas de seu novo disco por vir, composições de Chronology Of Satanic Events, o primeiro álbum Under The Blade I Die e músicas de seu EP, vale destacar, em meu ponto de vista, a excelente postura de palco do vocalista Diego que, mesmo com a responsabilidade de tocar a guitarra dele, fazer alguns solos incríveis, ele consegue se comunicar muito bom com o público e detonar em palco. A banda estava perfeita ontem e eu vou destacar algumas músicas que são incríveis, como Metastasis (Christ), Khali Brings Death, Kristophobia e a maravilhosa Anti Crusade (To Destroy The Holy Graal), essa que é uma porrada com pegadas de core no início sensacional. Começamos muito bem a noite.

DSC_0008_1 SetList do Clodblood:

DSC_0025Logo depois viria ao palco, uma das melhores bandas de Black Metal Nacional na atualidade, Miasthenia, cantado em português pela vocalista e tecladista Hécate, a banda que ainda conta com Thorminiak(guitarras) e V.Digger(bateria), eles fazem um Black Metal em Português, baseado no Paganismo Pré – Colombiano, as Guerras da Conquista no início do Século e atitudes Anti – Cristãs e posso falar, o show deles é simplesmente sensacional e mesmo que você estranhe a falta de um baixista na formação, sim, eles não utilizaram de baixo ontem e mesmo assim fizeram uma apresentação visceral, digna de uma banda com o nome e experiência em palco, eles tocaram composições de seu último disco, Legados do Inframundo e outras músicas de lançamentos anteriores, destacando a música XVI, um clássico dentro da carreira da banda e Thorminiak estava se sentindo em casa, detonando as cordas de sua guitarra como se não houvesse amanhã, que show incrível, valeu a pena e espero rever o show desses caras o quanto antes.

DSC_0029 E está chegando o momento mais esperado, agora seria a vez do Asphyx subir em palco e detonar, mas antes, passagem de som. Estava tudo dando certo quando, estranhamente o bumbo esquerdo da bateria começa a dar problemas com o som, nesse momento eu fico um tanto apreensivo, pois esse problema começa a se estender e geralmente, shows durante a semana na casa não passam muito do horário e estava com medo disso prejudicar a apresentação da banda, mas não, depois de um certo atraso, que deixou todos preocupados, a banda já estava em palco, pois eles mesmo passaram o som. Um fato engraçado foi que, Martin Van Drunen (vocalista), não estava conseguindo ajeitar o pedestal de seu microfone para o seu gosto, eu mesmo me prontifiquei e do público ajudei o mesmo, que com a simpatia ímpar dele me agradeceu e riu demais, depois de ter visto o quão simples era.

E assim, entre risadas e um berro de saúde que Vermin explode nos PA´S anunciando o início da destruição que seria o show do Ashpyx, a banda formada por Martin Van Drunen (vocalista), Alwin Zuur (baixo), Paul Baayens (guitarra) e Stefan Hüskens (bateria) tem mais de 25 anos de carreira e, como eles mesmo disseram ser a primeira vez e única passagem pela América Latina, os caras não deixaram a desejar, abriram o show com Vermin e assim a “chinela” canta no Odisséia e depois Food For The Ignorant, deixando o clima ainda mais denso e logo de cara o petardo, Death …The Brutal Way, que fez o pessoal explodir o mosh-pit dentro da casa e aí nos sentimos realmente em um show de Metal Extremo. A banda o tempo inteiro foi incrivelmente simpática com todos do público, se comunicando muito, brincando e tocando clássico atrás de clássico, The Sickening Dwell, M.S Bismarck e a faixa título de seu último lançamento DeathHammer vieram como mais pedras em nossas cabeças, deixando o clima mais agradável ainda.

Nesse momento, Van Drunen faz uma brincadeira com a nossa cerveja EISENBAHN e anuncia Eisenbahnmöser e We Doom You to Death é aquele momento clássico de esfriar o corpo e Bang your Head, peso e precisão fora do comum. Aí eu comecei a perceber o som dar uma caída, começou a ficar alguma coisa estranha, um certo tipo de vibração, como se alguma coisa na modulação dos aparelhos não estivessem muito legal, nada que atrapalhasse o show ou mesmo a execução da banda, que se mostrava cada vez mais feliz em estar fazendo aquilo, principalmente o guitarrista que, mesmo tendo chego ao Rio de Janeiro 3 horas antes do show, estava pulando e batendo cabeça como um louco. Nesse caso, aconteceu que o guitarrista e baterista da banda tiveram alguns problemas, fazendo eles chegarem e detonarem tudo. O som continuava um pouco estranho ao tocarem Wasteland Of Terror e Asphyx (Forgotten War), mas eles continuaram e durante o show foi se acertando e voltamos a ter o incrível som de antes.

DSC_0006Mais uma vez Van Drunen vem conversar com o público e ele avisa que iríamos começar a finalizar aquela apresentação e Into The TimeWastes foi executada, fazendo o público mais uma vez abrir o mosh-pit e se divertir mais e mais, daqui a pouco os piratas invadiriam o set-list com Scorbutics, com seu maravilhoso e grudento riff, sensacional. O que seria pra ser o bis, Martin fala que, pra ele isso é uma perda de tempo boba e desnecessária e manda as músicas mais aguardadas da noite, em sequência pra fechar maestralmente a primeira noite deles no Rio e na América Latina, The Rack e Last One On Earth, que foram recebidas muito bem e assim o show dessa incrível banda acaba no Rio.

A banda inteira vem falar com o público, demonstrando ainda mais simpatia e respeito por todos, considerações, o vocal de Martin Van Drunen ao vivo é muito poderoso, o cara é realmente ótimo, a dupla de cordas hiper entrosada não deixa nunca a peteca cair e a bateria é sensacional, então, se você que está lendo esse texto ainda tem dúvidas se vale a pena ver o Asphyx ao vivo, pode confiar em mim e assistir, o show dos caras é incrível.

DSC_0008Set list do Asphyx: http://www.setlist.fm/setlist/asphyx/2015/teatro-odisseia-rio-de-janeiro-brazil-2bf5a4d6.html