Depois de quase 5 anos de sua última apresentação na capital paulista, o lendário vocalista e baixista inglês Glenn Hughes, também conhecido como “a voz do rock”, e ex-integrante de bandas clássicas como Deep Purple, Black Sabbath e Trapeze, voltou à cidade para esbanjar todo o seu talento e simpatia na noite do último domingo, dia 16 de junho, no Carioca Club.

Foto: Yuri Murakami

      Com a casa praticamente lotada e pontualmente no horário marcado (20h30), Hughes subiu ao palco acompanhado dos ótimos Doug Aldrich (guitarra, ex-Whitesnake) e do sueco Pontus Engborg (bateria), trazendo um repertório que abrangeria praticamente todas as fases de sua já longa carreira, e tratou de “incendiar” o público logo de cara com Stormbringer, uma das músicas mais marcantes de sua passagem pelo Deep Purple.

      O trio, apesar de estar tocando junto a pouquíssimo tempo (o show em São Paulo foi apenas o terceiro da turnê pela América do Sul), demonstrou estar bem ensaiado e bastante animado em estar tocando por aqui, e isso era evidente nas expressões dos músicos, que brincavam e enteragiam bastante com a platéia. O caprichado set prosseguiu com Orion, da carreira solo de Hughes, e Way Back To The Bone, do Trapeze. Ao final desta, Hughes comentou sobre como se sentia feliz e abençoado por poder viver de música e fazer shows por todos esses anos, sempre rodeado por bons amigos e próximo de seus fãs, que para ele são como uma verdadeira família.

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      Finalizado o emocionante discurso, veio então Sail Away, mais uma do Deep Purple que foi muito festejada por todos os presentes, com suas influências do funk sempre destacadas pelo estilo de Hughes. Após Touch My Life, do Trapeze (dedicada ao falecido guitarrista da banda, Mel Galley) e de One Last Soul, do Black Country Communion (onde Hughes fez questão de pedir desculpas ao público por não ter tocado com a banda por aqui), o trio protagonizou um dos momentos altos do show com uma longa execução de Mistreated, que contou com uma bela introdução de Aldrich e diversos improvisos na parte final da música.

      A maior surpresa da noite veio logo em seguida, quando o trio tocou Good To The Bad, do Whitesnake, ex-banda de Doug Aldrich. A faixa, composta por ele em parceria com David Coverdale para o álbum de mesmo nome, foi uma homenagem que Hughes fez questão de dedicar ao seu “bom amigo” (palavras do próprio) desde a época em que cantaram juntos no Deep Purple.

      Dando sequência ao show, o trio mandou Can’t Stop the Flood, mais uma da carreira solo de Hughes, que terminou com uma improvisada “jam” entre Aldrich e Engborg, e um bom solo do competente baterista. Após esse rápido descanso para sua voz, Hughes retornou ao palco, agradeceu a presença de todos e finalizou a apresentação com Sweet Tea, do California Breed, e mais duas ótimas faixas de sua carreira solo, Addiction e Soul Mover, bastante aplaudidas pelos fãs.

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      Claro que todos sabiam que ainda não era o verdadeiro fim. Depois de mais uma breve pausa, o trio retornou para o já tradicional bis, para aí sim finalizarem a noite com Black Country, do Black Country Communion, e a mais do que famosa Burn, outro clássico do Deep Purple sempre indispensável e cantado em uníssono por todos em suas apresentações.

      Após duas horas de música de ótima qualidade e a promessa de Hughes ao final do show de voltar ao país no ano que vem, se nós quisermos (será alguém tem dúvidas disso?), o público pôde voltar para casa feliz e de alma lavada, por ter tido a honra de poder ver de perto novamente este grande e carismático músico.

Confira a galeria completa de fotos do show

Setlist:

Stormbringer (Deep Purple)
Orion
Way Back To the Bone (Trapeze)
Sail Away (Deep Purple)
Touch My Life (Trapeze)
One Last Soul (Black Country Communion)
Mistreated (Deep Purple)
Good To Be Bad (Whitesnake)
Can’t Stop The Flood
Sweet Tea (California Breed)
Addiction
Soul Mover

Bis:
Black Country (Black Country Communion)
Burn (Deep Purple)