THE DEVILS: Banda capixaba que a cada dia mais vem conquistando o respeito do público brasileiro e europeu. Seu atual trabalho, “We Are The Devils”, chegou chegando, sendo considerado “o álbum do ano” pelo site Metal Addicts. Hoje conversaremos com eles para saber um pouco mais sobre o atual momento da banda, confira:

 

Conte-nos um pouco de como vocês decidiram formar The Devils. Foi muito difícil no início? E como vocês veem a banda hoje?

The Devils: Difícil é pouco! Muita treta, muita confusão, muito show em troca apenas de divulgar a nossa “arte”, a nossa música. É recompensador demais ver que, depois de mais de meia década fazendo shows de graça e pra poucas pessoas (as vezes só as namoradas), estamos começando a ser recompensados pelo nosso esforço. Passamos por 3 vocalistas, passamos por diversos problemas com casas de shows e até entre os membros, mas o espírito “Devils” de andar pra frente nunca nos deixou parar.

Nós nos consideramos irmãos de alma e sabemos que essa raiva passa em breve, pois mesmo não nos falando em alguns shows, continuamos unidos. É guerra diária, que nem família mesmo! Estamos remando contra a maré, somos unidos através da música e nada nem nenhum sentimento vai fazer a gente parar.

Hoje, a gente se ama e sabe que vamos estar juntos em qualquer momento dessa guerra. Não existe um integrante sem ter o outro do lado tocando junto! E o Heron chegou mostrando que tem o mesmo espírito, está sendo muito revitalizante pra gente.

 

Quais são as principais influências da banda como um todo?

Daniel Bins: Cada integrante sempre teve gostos diferentes, alguns em comum, mas respondendo como um todo, nossa maior influência é o NWOBHM, é onde o gosto de todo mundo se encontra. Nos identificamos muito com a energia, admiramos muito a criatividade, atitude e luta das bandas do movimento. Podemos citar como exemplo o álbum “Lightning To The Nations”, do Diamond Head.

 

The Devils é uma banda do estado do Espírito Santo. Conte-nos como é a cena capixaba? Há bastante shows? E bandas, poderia citar algumas para nós?

Daniel Bins: A cena capixaba sempre nos surpreende com bandas muito criativas e originais. Os músicos têm se unido nos últimos anos, e é muito gratificante para nós ouvir músicos, que já tiveram banda a tempos atrás, ou que viviam de bandinhas covers, dizendo para nós que o The Devils inspirou eles a retomarem ou criarem seus projetos. Sobre shows, tem aumentado a demanda consideravelmente. Temos poucas casas que abrem portas somente para o autoral. No momento podemos destacar a força e garra de sempre do Paulo Correria que sempre abre as portas do Correria Music Bar, inclusive colocando bandas novas lado a lado de bandas consagradas e também temos o festival da Harley Davidson que o Diego Lobato trouxe para o Espírito Santo, e tem movimentado a galera a curtir bandas com uma excelente estrutura de som e palco, a nível de festivais europeus. As bandas que mais curto e que mais tem feito pela cena são D.O.R, Ashbürn, Shellfirer, Terra Convexa, Stigma, Siilence Means Death, Thorn Storm… Vixe, é tanta banda boa que devo até ter esquecido alguma.

 

Conte-nos um pouco sobre essa recente mudança na formação. Foi difícil para vocês? E vocês acham que esta pode se tornar uma formação clássica um dia?

Daniel Bins: Algumas mudanças incomodam os acomodados, a gente sabe que precisamos roer o osso pra um dia comer a carne, então quando temos que fazer alguma coisa a gente cai matando, no 220V, sempre foi assim e dessa vez não seria diferente. Após saída do vocal, a gente precisava de mais um maluco pra beber e criar com a gente, um cara que não nos trouxesse preocupação quanto à parte dele nas músicas. Toco com Murilo (baixista) a 3 anos e com meu irmão Yan (Guitar) desde que me entendo como gente, a gente se entende de uma forma absurda quando tocamos, precisávamos de um cara que nos acompanhasse na mesma voltagem, e o Heron Ribeiro tá dando conta do recado. Sobre se tornar uma formação clássica um dia, só o tempo e trabalho dirá, mas os ventos, finalmente, estão soprando a nosso favor.

 

Heron Ribeiro, qual o peso de integrar uma das bandas que mais tem ganhado destaque no Heavy Metal capixaba?

Heron: É uma grande responsabilidade assumir este posto, mas eu já era fã da banda, os acompanhava, e já dividíamos os palcos – por eu ser também vocalista AshBürn – então eu já conhecia a banda, e os integrantes. Quando houve o convite eu tive que colocar tudo na balança, claro, também estou gravando com a AshBürn, e manter duas bandas que estão crescendo seria algo difícil, que iria necessitar de sacrifícios, mas nada é impossível, então eu assumi o posto com todo o orgulho e vontade que eu tinha e tenho.

A maioria dos fãs da banda me receberam de braços abertos, alguns ainda não conheciam o meu trabalho, mas depois do primeiro show tudo mudou (risos). Sou sempre bem recebido, aplaudido, e no final é uma verdadeira festa com os fãs, e eu amo isso tudo. Não tinha momento melhor.

Agora com o Heron Ribeiro, como está funcionando a parte de composição do The Devils?

Murilo: Todas as músicas são de todo mundo, inclusive as instrumentais! Isso é o principal. Não existe “Música do Murilo” ou “Música do Daniel”, se você trouxe a ideia, a ideia fica pra Devils, 25% pra cada. Isso é o mais importante, e é o que todo mundo devia fazer pra acabar com as frecuras das bandas que não duram muito tempo. A gente foge do EGO!

Nosso processo de composição sempre foi regado a liberdade. A gente ensaia até hoje no quarto dos irmãos Bins, pois é lá que a gente se sente livre pra beber e compor.

Funciona da seguinte maneira: alguém traz uma melodia ou um refrão, Daniel começa a bater na bateria e a gente começa a improvisar em cima dos ritmos que ele vai colocando. A partir daí, deixamos seguir. Ninguém dá pitaco no instrumental de ninguém a não ser que seja pra torna-lo melhor (ninguém tenta tirar a característica de ninguém no seu instrumento). E é isso que eu acho lindo na banda: nunca pediram pra mudar nada nas minhas linhas de baixo controversas que não fosse pra deixar ainda mais com a minha cara. Em outras bandas (já tive mais de 20), meu jeito de tocar nunca foi aceito. Hoje, com os irmãos Bins, posso ser eu, assim como o Yan e Daniel podem ser eles, tocando o que desejarem, do jeito que desejarem, fazendo solos de guitarra ou bateria onde desejarem (o importante é a liberdade). É claro que a gente dá pitaco nas linhas instrumentais ou melodia vocal dos coleguinhas, mas todos são pra melhorar e a gente sempre sabe e aceita isso, pois somos honestos uns com os outros, sem inveja ou sem alguém querer aparecer mais que ninguém. Temos 3 músicas na agulha pro Heron cantar e, também, ele já trouxe uma melodia e vamos seguir com ela nesse padrão: Daniel vai começar a bater a bateria, a gente vai improvisar em cima e depois vamos dar os toques finais. Aliás, a gente valoriza muito o improviso, pois isso, pra gente, é a alma falando – as pessoas não sabem -, mas a música Nymphomaniac foi toda improvisada na gravação, inclusive os solos.

 

Como estão os projetos para um futuro álbum com esta nova formação? Já possuem material preparado para ele? Ou estão recomeçando agora com o ingresso do novo vocalista?

Heron: Já estamos trabalhando em novas composições e no novo álbum. E eu já posso dizer que o primeiro resultado dessa nova fase da banda se chama “Tornado”. É uma faixa pesada, com letra rápida, direta e ácida. Conta um pouco de toda a experiência desses últimos meses da banda. Vamos manter todos os aspectos já conhecidos da banda: presença, peso, letras que falam sobre a nossas vidas e influências, e claro, muito Heavy Metal.

 

Aproveitando o gancho, como está o andamento do lançamento físico de “We Are The Devils”? Tem previsão de chegar este material físico ao público?

Murilo: Gastamos toda a poupança da banda e dos integrantes, que foi juntada desde 2013 pra gravar os 2 álbuns, lançar um e-commerce, fazer campanhas de AdWords, YouTube e tudo mais. Pagamos à vista quase 6 mil reais em tudo e fomos enganados, estamos resolvendo isso na justiça. Ou seja, previsão nenhuma pra sair CD físico, pois nosso dinheiro foi praticamente roubado.

Vi em uma entrevista que vocês possuem um projeto chamado NWOBRHM. Conte-nos um pouco mais sobre ele.

Murilo: Ele existe, mas estamos sem braços pra fazer a coisa andar. A ideia era unir todas as bandas, montar festivais, fazer com que todas as bandas do Brasil utilizassem esse termo para poder criar uma maneira fácil das pessoas encontrarem as bandas do Brasil. Por exemplo, se todas as bandas usassem a hashtag “NWOBRHM”, ao algum fã de metal digitar isso no Google, Facebook ou Instagram, encontraria todas as novas bandas de metal do Brasil (é muito difícil encontra-las e isso facilitaria a coisa). A gente não ia ganhar nada com isso, só ia conhecer mais bandas pra fortalecer um movimento, pois sozinho o barco do Metal não anda.

Também teríamos o nosso e-commerce, que venderia CD e Utensílios de todas as bandas e projetos de metal. Seria algo livre pra todo mundo, onde cobraríamos uma taxa mínima da venda por conta dos trâmites e custos. Caso alguma banda queira tocar o projeto comigo, posso gerenciar e dar todo o direcionamento pra fazer a coisa andar: murilo@thedevils.com.br.

 

Partindo de tudo que vocês estão vivendo com a banda, como a veem no futuro?

Heron: Me baseando no que Dr. Gori dizia posso adaptar para “Nosso objetivo é a conquista!”. Queremos levar o nosso som para todo o globo. Acredito que com toda a repercussão que os álbuns anteriores vêm obtendo pela crítica internacional isso se torna cada vez mais tátil e realizável.

 

Para encerrar, gostaria de agradecer pelo tempo dedicado por vocês para responder a essa entrevista. Obrigado, deixe as suas considerações finais aos leitores.

The Devils: Queremos tocar na sua cidade seja ela onde for. Portanto, não deixe de divulgar o som para as casas de shows e amigos próximos. Apoie comprando nossos materiais e divulgando o som para podermos lançar cada dia materiais, gravar um CD custa caro! Vamos fazer a coisa se mexer, porque We Are The Devils!

THE DEVILS É:

Heron Ribeiro – Vocal
Yan Barbosa – Guitarra
Murilo Larrubia – Baixo
Daniel Bins – Bateria

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