A cena do metal nordestino é uma das que mais crescem no Brasil nos dias de hoje. E hoje conversamos com uma das revelações deste último ano, divulgando seu álbum “Sucumbindo ao Medo”, o WARFIELD DEATH fala um pouco das seus projetos e curiosidades para o Portal do Inferno. Confira:

É um imenso prazer estar entrevistando mais uma positiva revelação do Death Metal nordestino. Primeiramente conte-nos, como o grupo iniciou seus trabalhos? E qual a principal evolução do WARFIELD DEATH nestes oito anos de carreira?

Thiago Madness: Primeiramente gostaria de agradecer a esta oportunidade de entrevista fornecida pelo Portal do Inferno. O grupo “Warfield” iniciou seus trabalhos em 2009 contando apenas comigo, Thiago, e o baterista Carlos.  Anterior à Warfield, nós possuíamos uma banda formada por pessoas que moravam próximo. Esta que foi nossa escola para a aprendizagem musical, já que não sabíamos tocar nada. Passamos pelo rock e por vários estilos de metal até chegarmos ao estilo que mais nos identificamos e gostamos, o Death Metal. De 2009 até o lançamento do álbum Sucumbindo ao Medo, foram anos de treinamento e aprendizagem das técnicas e ideias para assim procurar evoluir a banda como um todo.

 

Já passaram por muitas mudanças em sua formação? Por favor, fale um pouquinho sobre a atual, como ela chegou a sua consolidação?

Thiago Madness: De 2009 até 2012, apenas Carlos e eu, Thiago, fazíamos parte da ainda Warfield. Em 2012 conhecemos Eduardo que tinha a intenção de virar guitarrista, mas se agradou mesmo do peso do baixo e depois de vários ensaios e conversas ele se uniu ao grupo. Em 2015 Marcos Paulo volta, pois em 2008 ele havia feito uma breve passagem pela banda e foi justamente ele quem sugeriu a mudança do nome e assim escolhemos “Warfield”. Com Marcos de volta nos incentivamos a procurar crescer a banda e um dos primeiros objetivos era gravar o álbum. Acrescentamos a palavra “Death” ao nome da banda para evitar problemas, pois já há uma “Warfield” no Brasil e algumas outras ao redor do mundo.

 

Fale um pouco sobre o atual trabalho, “Sucumbindo ao Medo”? Como foi gravá-lo, produzi-lo e lançá-lo?

Thiago Madness: O álbum é um compilado das melhores músicas que criamos ao passar dos anos. Nós o gravamos de forma improvisada no meu quarto com equipamentos emprestados de um amigo que possuo desde o ensino médio. Produzi-lo foi um desafio, pois não tínhamos muita experiência com gravação de áudio e nem como manusear os equipamentos. O lançamento do álbum era algo que já queríamos há muito tempo e procuramos as mídias digitais para este propósito. O álbum físico acabou sendo feito com presa e acabou não saindo como esperado por nós.

 

Vimos uma forte divulgação dentre a mídia especializada abordando este full length. Esta recepção tem sido positiva?

Thiago Madness: Muito positiva. Nós não esperávamos algo assim. Ficamos muito felizes em saber que estão gostando do que escutam, mas sempre costumam reclamar das artes gráficas do álbum físico, pois não possui informações da banda e nem possui as letras impressas no encarte. Também costumam reclamar da dificuldade em compreender o que está sendo dito mesmo tendo a voz bem audível. Mas estas informações serão muito úteis para o próximo álbum. Agradeço muito a quem escreve, pois essas palavras nos dão vontade de produzir músicas melhores.

Ouça no Spotify: https://open.spotify.com/artist/0CplVM41p5uz2EVZvEHMLx

O grupo lançou dois videoclipes, um da música “Brutal” e o outro da faixa “Sucumbindo Ao Medo”, ambos extraídos do debut álbum. Como foi grava-los, e vocês acreditam que estes trabalhos vêm ajudando a banda a divulgar ainda mais o atual CD?

Thiago Madness: Acreditamos que estes videoclipes são como janelas de divulgação para a banda, sendo assim, a visibilidade da banda melhorou muito com eles. Gravar o clipe da música “Brutal” foi uma brutalidade de sofrimento. Como na gravação do álbum, grava o clipe foi no improviso, com equipamentos improvisados. Tivemos que subir uma montanha com as caixas de som e os instrumentos nas costas debaixo de um sol escaldante. Quando terminamos de montar tudo, não tínhamos muita energia sobrando. Por isso que há muitas imagens de shows para completar o clipe, pois não conseguimos capturar imagens suficientes no dia. Já a gravação de “Sucumbindo ao Medo” foi bem mais fácil, pois já tínhamos uma experiência com o clipe anterior, equipamentos melhores, locação mais próxima e um telhado. Assim conseguimos passar uma ideia melhor da letra com as imagens.

Brutal:

Sucumbindo ao Medo:

Como funciona a parte de composição, tanto lírica quanto instrumental? Todos participam?

Thiago Madness: Normalmente fazemos a instrumentalização primeira para depois criamos a letra em cima. A parte instrumental fica mais comigo, mas sempre mudamos muitas coisas nos ensaios, pois sempre há um ponto aqui ou ali para melhorar. A composição das letras é mista. Eu crio uma, Marcos Paulo cria outra e assim vai nessa salada de ideias sanguinárias, tristes e brutais.

 

O WARFIELD DEATH traz ao seu público, músicas cantadas em português. Conte-nos, quais são as temáticas apresentadas nas músicas?

Thiago Madness: A música “Brutal” tem a guerra como tema. Apresenta um soldado que foi enganado pelo patriotismo e morreu se arrependendo de suas escolhas. “Vingança Infernal” fala sobre o sentimento de raiva guardado e acumulado por anos dentro de alguém que não mediu esforços para acabar com a fonte disso. “Sucumbindo ao Medo” mostra a mente de alguém que acredita não ter mais nada além de nada para o futuro e assim escolhe o caminho mais curto para a paz eterna, o suicídio. “Mãos Fechadas Para Injustiça” assim como em “Brutal” tem como tema a guerra, mas foca no sentimento de revolta pelas injustiças cometidas e a vontade de ir contra isso. “Sangue Derramado” novamente apresenta a guerra como tema, porém fala sobre as ações que se faz num campo de batalha. “Mercadores da Morte” fala sobre um comerciante de armas que deseja que o mundo crie mais caos e hipocrisia para assim ficar mais rico se aproveitando desta situação. “Uma Festa que Acaba em Funeral” minha favorita, fala sobre eventos de massa feitos em ruas que gera situações ruins para toda a população com a desculpa de que é para o entretenimento e diversão do povo. Essa música foi inspirada em um evento que ocorria aqui em Aracaju chamado Pré-Caju e muitas passagens na letra são inspiradas em situações que ocorreram de verdade.

 

Existem bandas que influenciaram o grupo a cantar em português? Seguindo a mesma pergunta, quais são as influências do WARFIELD DEATH como um todo?

Thiago Madness: Não houve banda que nos influenciou a cantar na nossa língua, pois o objetivo sempre foi o publico do nosso próprio país. Agora no quesito instrumental, temos várias influências de bandas de vários estilos de metal. Posso citar Dying Fetus, Slayer, Stratovarius, Behemoth, e por aí vai. Sempre procuramos escutar bandas que gostamos e colocar um pouco delas nas nossas músicas.

 

Como está à cena do metal em sua em Aracaju/SE?

Thiago Madness: Costuma ter shows aqui na cidade, mas sempre com pouca procura do público. Há várias bandas que estão em atividade, mas a própria cidade não dá condições para bandas de metal crescer.

 

A banda sonha com turnê europeia? Se sim, este sonho está perto de se realizar?

Thiago Madness: Claro que sonhamos, mas está bem longe de acontecer. Ainda tocamos pouco fora do nosso próprio estado imagina do país. Ainda há muito o que aprender e crescer até começarmos a pensar em uma turnê fora do país como algo plausível.

 

Fale um pouco sobre os projetos futuros do grupo. Podemos esperar, quem sabe, um novo álbum para 2018?

Thiago Madness: Temos a intenção de ainda em 2017 fazer mais um clipe. Se não houver nenhum problema grave, podem esperar por mais um álbum em 2018, pois só estamos esperando esse novo clipe para cairmos de cabeça neste novo projeto.

 

Deixamos este espaço para as considerações finais.

Thiago Madness: Agradeço a todos que leram esta entrevista, ao Portal do Inferno por nos concedê-la, a Sangue Frio por sempre estar fazendo um bom trabalho por nós. Peço que escutem o nosso trabalho, assistam aos clipes e podem despejar o que quiser de críticas nos comentários. As músicas estão nas maiores distribuidoras digitais de músicas como o Spotify, iTunes, Dreezer, entre outras. Os clipes estão no canal oficial da banda no YouTube que podem acessar pelo link “youtube.com/warfielddeath”. Curtam a página no Facebook para acompanhar nossos projetos pelo link “facebook.com/warfielddeath”. Obrigado a todos.