Ontem o dia amanheceu claro e belo, perfeito para um Black Metal e nada melhor do que um dos nomes mais consagrados do cenário Norueguês fazendo seu debut em Terras Cariocas pra consolidar esse maravilhoso dia, o Satyricon, ontem nos brindaria com um show incrível, mostrando pra todo mundo no Rio de Janeiro porquê, mesmo com a mudança sonora na banda, eles ainda tem a magia e a força dentro do cenário e coroando essa passagem, a abertura ficou a cargo do Patria, belíssima banda oriunda de Carlos Barbosa, no Rio Grande do Sul.
Vamos começar pela abertura do Patria, que possivelmente tenha sido prejudicada por conta de um atraso no evento inteiro, fato esse que foi uma pena, pois viasse que a banda tem muita qualidade, T.Sword [Vocals], Mantus [Guitarra], Ristow [Guitarra], Vulkan [Baixo]e Abyssius [Bateria] montaram um belo set em seu dimiuiído espaço de palco, já que o equipamento da banda principal ali já estava, mesmo assim, a banda nos apresentou em pouco mais de 40 minutos de apresentação um clássico Black Metal, eu sou obrigado a destacar duas coisas da banda, primeiro o clima gélido, altamente misantrópico que a banda consegue criar e depois os vocais e bateria de T. Sword e Abyssius, o vocalista tem uma força incrível e demonstra isso direto em sua apresentação, berrando com força e o seu baterista Abyssius nos presenteando com uma precisão absurda, as batidas certeiras e diretas estavam sensacionais, mesmo com o pouco tempo de palco, dá pra entender porquê a banda tem diversas apresentações em sua carreira fora do país e no Inferno Metal Festival, na Noruega, mais do que merecimento deles, espero q revê-los em um show completo, perfeito demais.
Em pouco tempo depois da saída da banda do palco, aquele processo clássico de desarrumar o palco, dar uma checada de leve nos instrumentos, o telão já exibindo a capa do novo lançamento “Deep Calleth Upon Deep”, os músicos de tour da banda começam a entrar em palco, logo depois Kjetil-Vidar Haraldstad “Frost” vai pra sua bateria, fazendo o público já começar a enlouquecer e quando as máquinas já tinham aquecido um pouco, o vocalista Sigurd Wongraven “Satyr” sobe ao palco para começar nessa noite, uma apresentação com um som incrível, ponto positivo para o Teatro Odisséia e sua equipe de áudio, que a cada vez mais vem melhorando o padrão e a qualidade do equipamento da casa, nos proporcionando muito mais pureza nos shows sediados, ontem o som estava lindo!
O Satyricon começou o seu set com uma música do novo disco, “Midnight Serpent”, que foi bem recebida pelo público presente, se você pensar que o disco acabou de ser lançado, praticamente, todas as músicas executadas pelo Satyricon do disco novo foram bem recebidas, com destaque nesse caso para “Deep Calleth Upon Deep”, música de maior destaque das novas tocadas. Amigos, entendam uma coisa, ver o Satyr e Frost, com os seus músicos para a turnê em palco é sensacional, eles não exageram em nada na maquiagem, o Satyr tem uma postura, que eu diria bem “marrenta”, mas acho que essa não seria exatamente a palavra correta, pois o cara tem classe em seu palco, ele sabe muito bem reger seu público do jeito que ele quer, sensacional, a dupla de guitarras fica o tempo inteiro agitando e batendo cabeça freneticamente ao lado de Satyr, o baixista também é bem presente em palco, tecladista fica na dele, fazendo aquela cama linda e Frost é um ANIMAL tocando baterial, pegada, precisão, força, o cara é fora do normal, que bateria bem feita.
Bem, segue o show com uma do disco anterior “Our World, It Rumbles Tonight”, música bem recebida pelo público também e logo um clássico, “Black Crown On A Tombstone” do disco “The Age Of Nero”, essa ecoou pelo público, que cantou quase a música inteira com o Satyricon e logo depois como já disse “Deep Calleth Upon Deep” também teve uma recepção ótima. O set da banda, em meu ponto de vista foi muito bem montado por Satyr e Frost, esse que ainda contou com “Commando” e “Repined Bastard Nation”, a já clássica “Now, Diabolical” também foi uma presença maravilhosa nesse set. Mas, fica uma coisa que me incomodou um pouco; o palco do Teatro Odsséia se mexia demais e por vários momentos, não se ouvia a guitarra do lado esquerdo, pois o microfone saia de posição de captação do amplificador, fazendo a guitarra sumir em vários momentos do show, problema que, rapidamente era resolvido, mas isso foi um ponto negativo pra mim.
Bem, o show, tirando esse problema vinha bem, até Satyr catar pela primeira vez a guitarra, para tocar a instrumental e climatizadora “Transcedental Requiem Of Slaves”, que faria um intermezzo para um dos maiores clássicos da banda, “Mother North”, nem preciso falar que o público veio abaixo com o clássico e seria o momento daquela clássica parada, mas a banda continuou em palco e logo veio a sequência final do show com “The Pentagram Burns”, “Fuel For Hatred” e já aguardada “K.I.N.G.”, encerrando uma apresentação perfeita demais, com um momento aonde Frost, antes desse trio acontecer, abandona o seu posto, vem para o lado de Satyr e encara o seu púlico, com um olhar até mesmo torturante, como se quisesse nos arrancar ainda mais, sugar nossa energia com maior veemência, penetrante.
Uma apresentação digna de clássico para o público carioca, quero agradecer aqui, como sempre a produção por confiar em meu trabalho, nas incríveis fotos de Nathan Thrall, que foi nosso fotógrafo nesse evento. No mais, espero um dia ter a chance de rever essa incrível banda.