“Todas as coisas boas devem chegar a um fim” é uma citação que pode ser atribuída ao Extreme Hate Festival cuja última edição, de acordo com declarações do produtor do evento, ocorreu em São Paulo, no dia 7 de dezembro. Foram quatro edições ao todo, reunindo os melhores nomes das vertentes mais extremas do heavy metal e, em sua derradeira edição, contou com a participação do Watain, Belphegor, Suffocation, Cryptopsy e dos brasileiros do Chaos Synopsis.
Infelizmente, nem tudo ocorreu de forma perfeita no evento. Problemas com a entrega dos equipamentos de som no local do festival acabaram por atrasar toda a logística do dia, como a montagem e a passagem de som, de forma que às 15 horas (o horário previsto para o início dos shows), a equipe técnica ainda estava finalizando a montagem de tudo. Dessa forma, uma extensa fila se formou na rua causando irritação nos presentes e, durante as apresentações, problemas no som acabaram ocorrendo.
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Os sets dos grupos sofreram um leve corte a fim de agilizar as apresentações e terminá-las dentro de um horário bom para que todos pudessem ir embora ainda utilizando o transporte público. Por isso, a banda de abertura, o Chaos Synopsis, acabou tocando por pouco mais de 20 minutos, ainda assim, de forma competente no tempo disponível. Com esse show, o grupo do interior de São Paulo encerrou a tour de divulgação do disco Art of Killing após apresentações na Europa, no Brasil e em outros países da América do Sul.
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Na sequência, os canadenses do Cryptopsy fez sua primeira passagem pelo Brasil. Não faltaram elogios ao público brasileiro por parte do vocalista Matt McGashy, que incentivou muito a formação de rodas na plateia. Alguns problemas de som ocorreram, mas considerando que a banda, assim como as outras que vieram depois, passou o som em 40 minutos (o tempo médio entre as atrações), o resultado foi satisfatório. O destaque vai para os potentes vocais de Matt e a presença de palco do grupo que, sem enrolações, fez um set de 40 minutos que agradou o público.
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O Suffocation veio a seguir e provou que era uma das bandas mais esperadas pela plateia. O nome do grupo chegou a ser gritado pelos fãs enquanto os músicos e os técnicos de som ajustavam o equipamento atrás das cortinas. Devido a compromissos de trabalho, o vocalista Frank Mullen não pode vir com o grupo, o que acabou causando certa estranheza nos desavisados. Mas isso não impediu a banda de agradar aos presentes com seu death metal. O guitarrista Terrance Hobbs é de uma técnica impressionante ao executar as complicadas linhas do Suffocation com uma grande facilidade, sem parar um minuto sequer no palco.
Mesmo tendo tocado no ano passado no mesmo festival, o Suffocation sempre agrada o público brasileiro. Curiosamente, uma parte da casa estava lá somente para vê-los, tanto que ao fim da apresentação, algumas pessoas foram embora do local sem se preocupar com os intensos shows que viriam a seguir.
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O Belphegor subiu ao palco que começou a se exibir mais incrementado, com adornos nos pedestais do vocal, contribuindo para o obscuro clima do show. Helmuth e companhia fizeram uma das melhores apresentações extremas no ano (talvez até a melhor) mesmo com pouco tempo disponível. Foram aproximadamente 50 minutos de um intenso espetáculo que contou com canções como Feast Upon The Dead, Black Winged Torment e Lucifer Incestus.
Dessa forma, o Belphegor demonstrou o porquê de ser um dos mais renomados grupos extremos da atualidade e vem colhendo os frutos do elogiado Conjuring The Dead, lançado em agosto de 2014.
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Para finalizar a noite, o Watain subiu ao palco do Tropical Club após uma longa espera, trazendo mais elementos macabros para decorar o ambiente. Com cruzes invertidas e velas espalhadas pelo palco, o que veio a seguir foi uma aula de black metal e uma excelente presença do vocalista Erik Danielsson. O set trouxe músicas como De Profundis, Storm of The Antichrist e Sworn To The Dark, o grupo fechou em grande estilo o Extreme Hate Festival .
Muitos infelizmente tiveram que deixar o local durante a apresentação dos suecos devido ao horário. Mesmo com os problemas, o saldo de todas as edições do Extreme Hate Festival e sua contribuição à cena é positivo. Agora o público das variantes mais extremas do heavy metal estão órfãos por um tempo até que alguém se proponha a realizar um novo festival dedicado ao estilo.