Olê! Olê! Digger! Digger!

Exatamente às 21h em ponto, surge um personagem encapuzado com uma máscara de caveira. É o personagem Reaper que aparece por trás das cortinas fazendo uma encenação e preparando os presentes para o prenuncio de uma noite de muito metal. A banda é expoente de um gênero específico dentro do universo do Heavy Metal – o power metal alemão – e, como figurinha carimbada em solos paulistanos, eles retornaram para seu giro número onze no país, desta vez apresentando o lançamento “The Living Dead”, lançado em 2018, com a mesma pegada que a banda vem fazendo nos últimos 3 discos de estúdio.

Ao som característico da gaita de fole, a banda foi entrando no palco, debaixo da penumbra causada pelo gelo seco, pronta para atacar. A rápida “Fear of the Living Dead” e “Tattooed Rider” foram escolhidas para abrir a apresentação, apontando qual seria a tônica do show com muitas músicas novas. Pra quem pensa que quatro décadas podem tornar o artista preguiçoso, o Grave Digger prova o contrário. “The Cland Will Rise” é outra música lançada há menos de dez anos e que tem ótima resposta do público presente quando o carismático vocalista Chris Boltendahl canta o refrão e joga pra galera cantar “RIDE”, fechando a música e provocando delírio.

Após os tradicionais gritos “Olê! Olê! Olê! Olê! Digger! Digger! “, Chris lembrou que a primeira vez que eles tocaram em São Paulo foi em 1997 junto com o Rage, e para relembrar aquele período, tocaram “Lionheart” do “Knights of the Cross”, seguida da dobradinha do disco “Tunes of War” com as músicas “The Bruce (The Lion King)” e “The Dark of the Sun”. O grande impacto da banda na história do metal ocorreu no final dos anos 90. Apostando em temáticas épicas e sombrias, os alemães tiveram uma década de ouro lançando disco bom atrás de outro melhor ainda. A qualidade se manteve impecável durante os anos, por isso o fã sempre cria expectativa em tudo que envolve o nome Grave Digger.

A banda se mantem na ativa por mais de quarenta anos de forma ininterrupta, porém a formação que eles trouxeram, desta vez, era inédita, com o ex-tecladista e agora baterista Marcus Kniep assumindo o posto deixado pelo grande Stefan Arnold após mais de 20 anos na banda. A mudança parece ter funcionado já que Marcus manda muito bem bateria.

O show seguiu com “The Curse of Jacques”, “Highland Farewell” com sua introdução cheia de gaitas de fole, e a clássica “Circle of Witches”. O ápice do show, com todo mundo cantando, foi “Rebellion(The Clans Are Marching)” e “Excalibur”.

Abrindo o encore, duas músicas que fazem parte da fase recente: “Healed by Metal” e a quase polka “Zombie Dance”. Fechando o show com “The Last Supper” e o hino “Heavy Metal Breakdown” sempre usada como última música.

A escolha louvável da banda em optar por tocar muitas músicas da fase recente é compreensível – afinal de contas, nunca pararam de gravar e lançar novos discos. Esta opção tira um pouco o ar épico do show. Pra quem já viu a banda ao vivo, sabe o quanto os fãs se entregam às músicas e apresentar no setlist diversos dos seus grandes clássicos, diminui um pouco o impacto porém, Grave Digger é Grave Digger, e nunca decepciona.

Setlist

Intro
1. Fear of The Living Dead
2. Tattooed Rider
3. The Clans Will Rise Again
4. Blade of The Immortal
5. Lionheart
6. Lawbreaker
7. The Bruce (The Lion King)
8. The Dark of the Sun
9. Call For War
10. The Curse of Jacques
11. War God
12. Season of the Witch
13. Highland Farewell
14. Circle of Witches
15. Excalibur
16. Rebellion (The Clans Are Marching)

Bis:
17. Healed By Metal
18. Zombie Dance
19. The Last Supper
20. Heavy Metal Breakdown