Prestes a desembarcar no Brasil pela quarta vez para duas apresentações – 16 de março em São Paulo, no Hangar 110, e 17 de março no Rio de Janeiro, no Rio Rock & Blues Club – a carismática Anneke van Giersbergen mostrou em seu último álbum, Everything is Changing, de 2012, um lado cheio de energia e positivismo, muito diferente do que foi registrado em outros trabalhos. A ex-vocalista do The Gathering tem uma das vozes mais marcantes do rock atual e conquistou uma carreira solo muito consolidada. A musicista passeia com desenvoltura por diversos estilos musicais e não teme explorá-los, ao fazer participações especiais em álbuns do Anathema, Napalm Death, Moonspell e, inclusive, produções infantis.

Anneke van Giersbergen (Mirjam Bosch)

Em entrevista ao Portal do Inferno, Anneke fala sobre essas mudanças visíveis na sua carreira, sobre a influência de músicos e amigos tão distintos em suas composições e a expectativa de tocar novamente no Brasil. Confira:

Portal do Inferno: No seu último lançamento, está mais perceptível uma mudança de clima nas composições em relação ao seu primeiro álbum solo Air. Essa mudança de direcionamento é perceptível nas letras também. De I Wish I Never Left, hoje temos I Feel Alive. Foi algo que aconteceu naturalmente ou você já buscava esse direcionamento musical?
Anneke van Giersbergen: Nunca existe um plano de qual direção tomar, porque eu gosto de trabalhar com o coração e de como as coisas transmitem sensações para mim. Escrevi a maioria das músicas em parceria com Daniel Cardoso, então, ele também tem grande responsabilidade na sonoridade. Após trabalhar com Devin Townsend, percebi que queria fazer um álbum diversificado, com muita energia e quando conheci Daniel, soube que ele era a pessoa certa para trabalhar. Me tornar mãe não fez uma grande diferença, musicalmente, mas mais em uma questão prática no modo de como eu prefiro trabalhar, gravar e sair em turnê.

P.I.: Particularmente, vejo uma influência de Devin Townsend em suas recentes composições. O quanto trabalhar com ele, no Devin Townsend Project, te influenciou e podemos esperar futuras colaborações entre vocês?
Anneke: Sua influência no Everything is Changing é bastante substancial, porque ele me inspirou a compor músicas que me dão a chance de correr e dançar pelo palco. Eu amo a energia que a música dele tem. Amo trabalhar com Devin, nos tornamos grandes amigos ao longo dos anos e, embora não tenhamos planos imediatos, ele pode contar comigo sempre que precisar da minha voz.

Anneke van Giersbergen (Birgit Muehleder)P.I.: Desde sua saída do The Gathering, vejo muitas participações suas com diversos artistas, como Anathema, Napalm Death, Moonspell, entre outros. No caso, você faz participações nos álbuns deles, mas existe alguns desses artistas, ou outros, que você gostaria de convidar para participar em seus discos? Como é trabalhar ao mesmo tempo com artistas tão diferentes?
Anneke: Adoro trabalhar com muitos artistas, isso me inspira muito. Por fazer tantas colaborações, optei por não convidar ninguém para participar do Everything is Changing, até porque lançá-lo sob o meu nome foi bastante impactante. A maioria dos artistas os quais trabalho é composta por amigos e, às vezes, tocamos juntos em ocasiões especiais, então é bem legal. Isso me permite passar um tempo com amigos e fazer música com eles, é algo que eu amo!

P.I.: Acompanhando seu site, vi que você está envolvida com a peça infantil De Beer Die Geen Beer Was. O que despertou seu interesse nela e como tem sido estar envolvida em algo diferente de shows? E na sua webstore há disponível um livro com canções infantis. Você pretende fazer mais trabalhos nessa linha?
Anneke: Adoro trabalhar com crianças, porque é algo completamente diferente e sinto uma grande honestidade e energia positiva. Sim, eu gostaria de fazer parte de mais projetos como esse, mas, infelizmente, em virtude das minhas turnês, é muito difícil organizar essas performances.

P.I.: No vídeo de Take Me Home, você contracena com o excelente bailarino Meysam Noori. Você também pratica dança ou só aprendeu alguns passos com ele?
Anneke: Ah, não, Meysan é muito famoso na Holanda, então passamos pouco tempo juntos nas gravações, mas eu gostei muito da energia que ele trouxe para o vídeo. Eu amo dançar e, para me exercitar, pratico zumba duas vezes por semana.

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P.I.: Quero agradecê-la por essa entrevista, parabenizá-la pela indicação ao Edison Music Award‘s e dizer que achamos muito legal quando você nos pediu, em português, para que votássemos. Nós fizemos isso e desejamos boa sorte*! Também gostaria que você deixasse uma mensagem para os seus fãs brasileiros.
Anneke: Ah, muito obrigada! Fiquei muito chateada quando nossa turnê pela América Latina com o Anathema não passou pelo Brasil em 2011, então, estou muito, muito feliz que retornarei em 2013. Eu amo vocês!

(*Nota: os vencedores do prêmio Edison foram anunciados no dia 11 de fevereiro, alguns dias após enviarmos as perguntas para Anneke. Infelizmente, ela não foi premiada)

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