Chegamos ao grupo G da Copa do Metal. Com algumas promessas e algumas realidades, esse é um grupo que merece atenção. Tanto no futebol quanto no metal. Confira a matéria sobre Bélgica, Panamá, Tunísia e Inglaterra abaixo.

 

Confira os grupos anteriores:

(Grupo A) (Grupo B) (Grupo C)

(Grupo D) (Grupo E) (Grupo F)

 

Bélgica

(Por Leonardo Cantarelli)

A atual geração belga é tida como uma das mais promissoras do futebol. Foi bem na Copa do Mundo no Brasil, apesar de não mostrar um futebol brilhante. Terá, em 2018, a chance de vingar e conseguir um resultado melhor do que em 2014 quando chegou às quartas de final. Elenco e capacidade técnica há.

O goleiro Thibaut Courtois,os defensores Jan Vertoghen, Thomas Veermalen,os meio-campistas Radja Nainggolan, Kevin de Bruyne, Maouane Fellaini, e o atacante Romeru Lukaku são atletas de ponta que atuam em grandes clubes europeus e tentarão repetir o feito dos Rode Duivels dos anos 80. Geração esta que deixa orgulhoso até hoje os belgas e é referência para todos os futebolistas daquele país. Naquela década, os países-baixos foram vice-campeões europeus (1980) e semifinalistas da Copa do Mundo de 1986.

Nomes, como o goleiro Jean-Marie Pfaff, o lateral Eric Gerets, Van Moer e Julien Colls (meio-campistas) são lembrados e idolatrados até hoje na Terra do Rei Fillipe.

Sobre Heavy Metal, anos 80 e geração atual o grande orgulho dos belgas é o EVIL INVADERS.

A banda, que é oriunda da região dos Flanders, lançou seu primeiro álbum, “Pulses of Pleasure” em 2015 e o som é um excelente Speed Metal que nos faz voltar à boa década de 80, lembrando nomes como Annihilator, Iron Angel, Flots and Jetsam, por exemplo.

Vocal rasgado, guitarras com longos solos melódicos e riffs thrashs, além de uma ‘cozinha’ bem pesada.

Em 2017, lançaram o segundo álbum de estúdio: “Feed my violence”, que segue a mesma qualidade do primeiro.

Um bom grupo de Metal que representa e vinga bem os anos 80. Será que dentro de campo, os comandados de Roberto Martinez superarão as expectativas?

Enquanto aguardemos os resultados da Copa, apreciem EVIL INVADERS com a música:  “Fast, Loud  ‘N’ rude”.

Allons-y, Belgique

Laten we Belgie gaan!

 

 

Panamá

(Por Flávio Diniz)

Quando você ouve o nome do país centro-americano, provavelmente duas coisas lhe vem à cabeça. A primeira é o chapéu panamá, conhecido e comercializado no mundo todo e a segunda é a música de 1984 do Van Halen. No entanto, nenhum dos dois foi feito no Panamá. O chapéu é oriundo do Equador. A palha com a qual é produzido o chapéu, é originária de uma palma que só cresce nas proximidades da costa equatoriana entre 100 e 400 metros de altitude. O nome do chapéu vem do canal do Panamá que estava sendo construído na época. O país era muito importante comercialmente e logo o chapéu passou a ser exportado e posteriormente comercializado em lojas que abriram no vizinho da América Central. Com isso a associação ao Panamá tornou-se inevitável ao longo dos anos. A música com refrão conhecido, cantada e tocada por integrantes em roupas extravagantes, obviamente não vem do país também. A música foi lançada no álbum 1984 da banda americana Van Halen e é um dos grandes sucessos do grupo.

O Panamá, no entanto, não se resume a dois itens não produzidos em suas terras. O país é o mais meridional da América Central, isto é, o mais ao sul. Faz divisa com a Colômbia e a Costa Rica. A população é de mais de quatro milhões de habitantes. Devido à sua geografia privilegiada, o Panamá é banhado pelo Oceano Atlântico e pelo Oceano Pacífico e é um dos raros lugares no mundo onde se pode apreciar o nascer do sol em um oceano e o pôr do sol em outro. O canal do Panamá é uma das principais fontes de recursos do país. Os Estados Unidos tiveram seu controle por muitos anos e somente em 1999 o país da América Central passou a ser o responsável pela sua administração. Sua construção levou 35 anos e a vida de aproximadamente 25 mil pessoas. Uma média de duas por dia.

Pela primeira vez na história o Panamá jogará uma Copa do Mundo. E o fato se concretizou com direito a um roteiro épico. Na última rodada das eliminatórias, os panamenhos receberam em um estádio apinhado de torcedores, os já classificados costa-riquenhos, e saíram atrás do placar aos 36 da primeira etapa. Após conseguirem um empate com um gol irregular aos 7 minutos do segundo tempo, o Panamá seguia vendo seu sonho se desmoronando até que aos 42, o zagueiro e capitão Román Torres recebe uma bola dentro da área e fuzila como um centroavante nato. O estádio vem abaixo, locutores e torcedores às lágrimas. Minutos depois o país garantia sua primeira vaga em copas do mundo. O feito foi tão emocionante que o presidente declarou feriado nacional após a classificação.

O Panamá possui uma boa variedade de bandas. Há uma vantagem de bandas mais extremas em relação à bandas de Heavy/Power Metal. Grindcore, Black e principalmente o Death Metal estão bastante presentes na cena metal do país. Uma das bandas que se destacou em nossa pesquisa não está mais na ativa. Encerrou suas atividades em 2016. Da capital panamenha, a banda EQUINOXIO destilava um Black Metal rápido, atmosférico e cheio de blast beats. Suas letras abordavam o ocultismo, morte, anti-cristianismo e filosofia. Em doze anos de estrada, a banda que teve um trio em sua formação por quase todo esse tempo, gravou três álbuns de estúdio, uma demo e dois splits. O primeiro split foi gravado com a banda Capitis Damnare da Alemanha e o segundo com a banda Morbid Funeral da Costa Rica. A faixa que recomendamos recebeu o título de “Raise The Furious Hunt” e é a faixa que abre o álbum lançado em 2011 e tem, provavelmente, o maior título de álbum que já vi na vida: “By The Serpent And The Will (For Those Who Chose Not To Serve, But To Rule And To Conquer)”.

 

 

Tunísia:

(Por Leonardo Cantarelli)

O Egito teve a honra de ser a primeira seleção africana a disputar uma Copa do Mundo. Isso foi em 1934. No entanto, a Tunísia se orgulha de ser a primeira nação da África a vencer uma partida de Copa do Mundo.

Os tunisianos eram debutantes no Mundial de 1978 e logo na estreia bateram o México por 2 a 1. A equipe do norte da África ainda marcaria presença nas edições de 1998, 2002 e 06. As campanhas foram idênticas somando apenas um ponto e desclassificada na fase de grupos.

O curioso é que seu único triunfo em Copas do Mundo aconteceu no primeiro jogo de sua história.

Após dois mundiais ausentes, as Águias de Cartago retornam e tem como meta pela primeira vez ir ao mata-mata.  No entanto, o elenco não tem nenhum grande destaque e precisará cair em uma chave fácil para sonhar com voos mais altos.

No Heavy Metal, assim como várias bandas africanas, é difícil encontrar alguma tunisiana em evidência. Mesmo com a internet, poucos grupos conseguem uma divulgação grande e ainda perdem muito espaço para bandas europeias e norte-americanas.

O grupo que destaco e é um dos mais famosos é o MYRATH. O quinteto iniciou as atividades em 2006 e possui 4 álbuns de estúdios.

Praticam um Prog Metal com influências da cultura local. Isso faz com que saia um som único. Um Metal com toques de música ‘árabe’. Bem interessante de conhecer.

Confira:

 

 

Inglaterra

(Por Flávio Diniz)

A Inglaterra é um país icônico. Se o Brasil é o país do futebol, foi lá onde ele passou a ter regras mais definidas e passou a ser melhor organizado. Se o metal hoje existe no mundo todo, é de lá que vem as principais e mais tradicionais bandas de metal e rock n’ roll. Se os pubs ganharam variedades de estilos e alcançaram lugares inusitados, a sua casa é lá. O país dos Beatles e Rolling Stones, da rainha e seus famosos guardas reais, das cabines telefônicas vermelhas e do Big Ben, do chá e da pontualidade, Sherlock Holmes e Harry Potter. Foi lá também onde surgiram outros esportes como cricket, badminton, hockey de grama, rugby, tênis e tênis de mesa. As referências são infindáveis e o país realmente tem muito a oferecer em tecnologia, cultura, esportes, história e demais outros assuntos. Para detalhar melhor o país, seriam necessários alguns dias, no mínimo.

A Inglaterra não inventou o futebol, mas certamente teve muita importância para o esporte, organizando as primeiras disputas e campeonatos. O país levou o título de inventores do futebol por terem sido os primeiros a usar o termo “futebol”. Sua seleção é sempre tida como um grande nome em torneios como Eurocopa e Copa do Mundo, mas seu desempenho na maioria das vezes acaba por frustrar os torcedores. Em 1966, o país sediou a copa do mundo da FIFA e sagrou-se campeão após derrotar a Alemanha Ocidental pelo placar de 4×2. Em 1996, também como anfitriões do evento, a Inglaterra fez sua melhor campanha em Eurocopas, chegando à semifinal daquela edição. Vinte anos após conquistar seu único título em Copa do Mundo, os ingleses chegaram ao México lutando pelo bi campeonato. Nessa ocasião ficaram pelo caminho nas quartas de final ao perderem por 2×1 para a Argentina com o famoso gol de mão de Diego Armando Maradona, ou como ficou conhecido após declaração do polêmico ídolo argentino, “La Mano de Diós”. Em 2018, a Inglaterra procura se reinventar para apagar a terrível campanha de 2014, quando perdeu para Itália e Uruguai e arrancou apenas um empate em 0x0 com a Costa Rica, que classificou-se como líder de um grupo com três campeões mundiais.

Falar de metal e rock n’ roll na Inglaterra não é uma tarefa fácil. Escolher apenas uma banda para representar o país de Iron Maiden, Black Sabbath, Deep Purple, Motörhead, Judas Priest, Carcass, Napalm Death, Venom e muitas outras é quase impossível. Portanto, optamos por um dos maiores representantes do metal como um todo, com fãs fieis e uma extensa discografia. Essa escolha também serve como uma forma de homenagear o eterno ícone Lemmy Kilmister. Com 40 anos de carreira, 22 álbuns de estúdio, 13 álbuns ao vivo, diversas coletâneas e incontáveis shows ao redor do mundo, o Motörhead é sem dúvida uma das maiores bandas de metal de todos os tempos. Lemmy morreu em 2015, quatro dias após completar 70 anos de idade e deixou um verdadeiro legado para fãs e para o estilo ao despejar por décadas suas notas em um baixo pesadíssimo acompanhadas de um vocal rouco e próprio em um microfone lá no alto. Do álbum de 1995, “Sacrifice”, indicamos o videoclipe da faixa-título. Um petardo com guerras, mulheres seminuas e muito metal. Mais Lemmy, impossível!