Sepultura

Em seu faixa a faixa exclusivo para o blog DP no estúdio com o Sepultura, Andreas Kisser havia descrito a música The Vatican como sendo “uma das faixas que têm uma pegada mais Death Metal, cuja letra conta a história de como o Vaticano foi criado, cheia de sangue, orgia, assassinatos, corrupção, adultério”, descreveu, antes de arrematar. “É a letra mais malvada e perversa que já escrevi em todos os tempos.” E o guitarrista tinha razão, The Vatican não é apenas uma das melhores músicas do álbum The mediator between head and hands must be the heart, mas também uma das canções mais brutais de toda a história do Sepultura. O clipe apresentado hoje, dirigido por Rafael Kent e pela equipe da Okent Films, faz jus ao contexto melódico e lírico de The Vatican, apresentando um registro videográfico ousado, desafiante, contestador e, inevitável pelo tema tratado, potencialmente polêmico.

O guitarrista Andreas Kisser acredita que o clipe representa bem a música e sua letra. “Mostra várias facetas obscuras da Igreja, desde a corrupção até a pedofilia, lado negro que muita gente gosta de ignorar. Os atores foram muito bem selecionados, todos com expressões fortes e marcantes. O video conta a história de um padre que quer sair da Igreja por causa de toda esta sujeira e sofre pressão de dentro pra não sair, ficou bem tenso”, relatou.

Para o diretor do vídeo, Rafael Kent, o clipe tinha que apresentar, em sua estética, um ambiente que remetesse à Igreja Católica, o que, em sua opinião, foi atingido sem que fosse necessário gravar ou reproduzir um templo. “Procuramos ter alguns ambientes que se parecessem com ambientes de Igreja mas que não fossem diretamente na Igreja. A fotografia também acompanha essa estética, procuramos fazer cenas mais escuras e sombrias que dessem a entender que o tipo de coisa que acontece no clipe e na história fossem coisas que acontecem na surdina”, contou.

O diretor demonstra consciência de que seu vídeo pode gerar polêmica e ser alvo de críticas, uma vez que expõe com intrepidez temas delicados à Igreja e à sociedade cuja formação é calcada no catolicismo e cristianismo. “A letra fala de como a Igreja domina a mente do homem, de quantos anos de dominação através da fé já se passaram e do passado sangrento da Igreja, todos sabemos dos momentos negros religião Católica. Uma das nossas preocupações (ou apostas) eram de ‘vamos apostar em quantos lugares esse clipe seria proibido?’. Acredito que com relação a proibições, reações contrárias, e etc., é um clipe que já vem com isso embutido”, refletiu.

O diretor, porém, procura justificar sua obra, evidenciando que o tema, embora delicado, tem sido cada vez mais debatido em esfera pública. “É um assunto polêmico, mas que hoje já faz parte da nossa vida e do noticiário. Quantas vezes a igreja teve que se desculpar perante os fiéis quanto a certas atitudes do sacerdócio?”, indagou.

Assistam ao clipe e tirem suas próprias conclusões.

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Escrito por

Redação

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