Com diversos shows de quarta a domingo, a terceira edição do festival Live n’ Louder encerrou uma movimentada semana trazendo ao palco do Espaço das Américas, em São Paulo, bandas que se apresentariam pela primeira vez no Brasil (Loudness, Metal Church, Molly Hatchet), retornos de nomes consagrados (Sodom, Twisted Sister) e um show especial (Angra com Fabio Lione nos vocais).

A abertura do evento ficou com o Molly Hatchet que, pela primeira vez em mais de 30 anos de carreira se apresentou ao público brasileiro e o conquistou com um show direto e energético. Mesmo que boa parte do público desconhecesse o repertório da banda da Flórida, aos poucos os músicos foram empolgando uma plateia ainda pequena com clássicos como Whiskey Man e Flirtin´ With Disaster, além de dedicar a faixa Justice à Ronnie James Dio. Os músicos atenderam a diversos fãs depois do show, ao sairem do backstage, e eram vistos andando pelo local durante os outros shows da noite.

Na sequência subiu ao palco o Sodom que durante 50 minutos executou um som atrás do outro, sem enrolações entre eles. Liderados por Tom Angelripper, a banda alemã agradou ao público que aos poucos ia chegando e pode ver canções como Agent Orange, Outbreak of Evil e The Saw Is The Law. Assim como o Molly Hatchet, os músicos do Sodom atenderam alguns fãs após a sua apresentação.

Outra estreia em palcos brasileiros, o Loudness veio diretamente do Japão para o festival enfrentando diversos contratempos. Desde uma viagem de 40 horas, ao fato que o vocalista Mike Vescera, que se apresentaria no lugar de Minoru Niihara, e que não conseguiu chegar ao Brasil por problemas em seu voo, conforme informou a produção, a banda japonesa tinha muitas coisas contra que poderiam atrapalhar seu show. Para o lugar de Vescera, o brasileiro Iuri Sanson do Hibria assumiu o posto de forma exemplar e, bem à vontade e com excelente presença de palco, ele surpreendeu e ajudou na interação entre os músicos japoneses e o público brasileiro. Canções antigas como Crazy Nights e Soldier of Fortune estiveram ao lado de canções novas como Survivor. Outro destaque da banda foi o talentoso guitarrista, e fundador da banda, Akira Takasaki que esbanjou muita técnica durante o show.

Um dos shows mais esperados da noite veio em seguida com o Metal Church subindo ao palco as 21 horas com Ton of Bricks. Aguardados por praticamente toda a plateia do festival, os americanos não fizeram feio e foram muito bem recebidos pelos brasileiros. Desde a faixa que dá nome a banda a canções como Watch The Children Pray e Start The Fire, não houve um momento no qual o grupo ou a plateia deixou o show cair. Se houver um retorno do Metal Church ao Brasil, esse provavelmente terá um excelente público, pois, mesmo as pessoas que não conheciam totalmente o som da banda os elogiaram.

Algumas pessoas deixaram o local após a apresentação do Metal Church e, com atraso, o Angra começou o seu show quase próximo da hora que deveria terminá-lo. Com Fabio Lione nos vocais, o grupo fez um setlist que passou pelas duas fases da banda. Nothing To Say foi a abertura do show que terminou com Nova Era executada após a intro de Carry On. Tecnicamente, a banda é boa e soa muito bem com Lione nos vocais, que foi bem recebido por todos, mas parte do público já estava cansada e era possível encontrar muitos sentados e deitados ao fundo e laterais do Espaço das Américas. A produção da iluminação da banda merece destaque já que foi, entre todas da noite, a melhor trabalhada.

Com uma hora de atraso, o Twisted Sister subiu ao palco do Espaço das Américas às 23h50 para uma plateia bem menor do que o momento de maior lotação do dia, que ocorreu durante o show do Metal Church. Mesmo que apresentando-se sem maquiagem e roupas características da década de 1980, a banda empolgou os fãs que os aguardaram e não deixaram a casa devido ao horário. Como diz a canção que abriu o show, You Can’t Stop Rock N’ Roll, o Twisted Sister fez uma apresentação energética e direta, com clássicos como We’re Not Gonna Take It, Under The Blade e Stay Hungry antes de fechar a noite com S.M.F pouco após uma da manhã.

A decisão de ocorrer em um espaço fechado e de fácil acesso, pois o local está a 100 metros de uma estação de metrô, foram pontos positivos, porém o horário das apresentações, que começaram tarde, pesou negativamente para algumas pessoas, já que sendo em um domingo, terminar após a meia-noite – quando o transporte público está reduzido – afastou uma parcela do público que poderia ter ido ao evento e também outros que tiveram de deixar o local mais cedo. Isso, somado ao atraso de uma hora da apresentação do headliner Twisted Sister, fez com que o público, que ocupou cerca de 1/3 do local no decorrer do evento fosse menor ainda ao final da noite.

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