Por Thiago Rahal Mauro
Após 23 anos de espera, os fãs brasileiros do Extreme finalmente viram o grupo ao vivo em São Paulo, no HSBC Brasil, no dia 13 de junho – a última vez da banda no Brasil foi no extinto festival Hollywood Rock, em 1992.
Comemorando 25 anos de lançamento do aclamado Extreme II: Pornograffitti, álbum que vendeu mais de 10 milhões de cópias em todo o mundo, a banda formada por Gary Cherone (vocal), Nuno Bettencourt (guitarra e teclado), Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria) fez um show praticamente perfeito (fora os problemas com o som) para um público ávido por clássicos deste trabalho em especifico. O Extreme ainda passou por Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Porto Alegre (RS), em uma turnê de sucesso.
Para a abertura do evento foi escalado o carismático Richie Kotzen (vocalista e guitarrista), que retornou ao país poucos meses depois de se apresentar no Carioca Club, também na capital paulista. O músico trouxe como parte de banda de apoio os amigos Mike Bennett (baixo) e Dylan Wilson (bateria). Kotzen não apresentou muitas novidades em termos de repertório, se comparado a apresentação anterior dele na cidade, mas fez um show competente e bastante direto, bem ao seu estilo. O vocalista pouco interagiu com o público, mas tocou faixas como War Paint, Love is Blind, You Can’t Save Me, Go Faster, entre outras. O que fica nítido é que o músico prefere um som mais intimista em sua carreira solo, flertando com o Soul, Blues, Pop e Jazz. Pena que ele não apresentou nada de seu álbum recente, Cannibals, que é muito bom, diga-se de passagem.
Após o show de Richie Kotzen, os fãs do Extreme aguardavam ansiosamente pela banda e cantavam trechos das músicas o tempo todo. Um pouco depois das 22h, as luzes se apagam e o som mecânico avisava que a apresentação iria começar. Aos poucos, Gary Cherone (vocal), Nuno Bettencourt (guitarra e teclado), Pat Badger (baixo) e Kevin Figueiredo (bateria) entraram no palco mandando ver com Decadence Dance, faixa de abertura do álbum “Extreme 2: Pornograffitti”. Foi uma histeria absurda, fãs não acreditavam no que estavam vendo, pulavam e cantavam o tempo todo.
A banda seguiu rigorosamente o repertório do álbum, mas parecia que estavam tocando um pouco mais lento que o comum, nada de anormal, apenas uma conotação mais técnica. O som atrapalhou algumas vezes, embolando, mas que no decorrer do show foi se normalizando. O vocalista Gary Cherone é um frontman de mão cheia. Ele não só estava cantando muito bem, como sabia interagir com o público o tempo todo. O português Nuno Bettencourt estava muito emocionado ao voltar ao Brasil, chorava o tempo todo e se dizia muito feliz por finalmente tocar em terras brasileiras, o que emocionou a todos. Um dos pontos altos da apresentação foi quando a banda apresentou o hit More Than Words. Os fãs cantaram a música em uníssono, praticamente inteira, deixando Gary e Nuno extremamente emocionados e felizes.
Outro momento interessante foi quando a banda tocou a música When I First Kissed You, com Nuno Bettencourt no piano e Pat no baixo acústico. Um momento intimista e de extremo bom gosto. Também vale lembrar da ótima versão de Crazy Little Thing Called Love, do Queen, que o Extreme apresentou no final da primeira parte da apresentação. Fez o público cantar e dançar.
Após o tradicional Bis, o Extreme voltou ao palco para apresentar músicas de outros álbuns da banda, como as ótimas Play With Me e Kid Ego. Os problemas com o som voltaram, inclusive os músicos reclamaram por várias vezes que estavam sem retorno, o que prejudicou um pouco, com pausas demoradas entre as músicas. Um dos destaques desta segunda parte foram as faixas “Rest In Peace” e “Cupid’s Dead”. Afora estes problemas com o som, os mais emocionados e carismáticos eram Gary e Nuno, que brincavam entre si o tempo todo e não ligavam para nada a não ser interagir com os fãs.
Ficou claro para todo mundo que o Extreme não pode demorar tanto para se apresentar no Brasil. Os fãs adoraram essa turnê, a interação com a banda e o repertório. Foram inesquecíveis as mais de duas horas de apresentação da banda mais simpática do Hard Rock mundial. Que voltem logo!
Set-List – Extreme:
- Decadence Dance
- Li’l Jack Horny
- When I’m President
- Get the Funk Out
- More Than Words
- Money (In God We Trust)
- It (‘s a Monster)
- Pornograffitti
- When I First Kissed You
- Suzi (Wants Her All Day What?)
- He-Man Woman Hater
- Song for Love
- Hole Hearted (com trecho de Crazy Little Thing Called Love)
Encore:
- Play with Me
- Rest in Peace
- Kid Ego
- Take Us Alive
- Midnight Express
- Am I Ever Gonna Change
- Cupid’s Dead