Este que vos fala é assumidamente fã de PoS, assim como também baterista e tem na música Undertow uma das três maiores canções de sua estrada nessa vida. E essa introdução se auto explicará no decorrer desse texto.

Seis anos passaram desde que o PoS tocou em nossas terras pela primeira vez. Mudanças na formação, mudanças no direcionamento musical, mudanças até no visual aconteceram, e todos que acompanham a banda certamente questionaram muito sobre muito nesse meio tempo. Como tudo ficaria com a saída de Kristoffer Gildenlöw (baixo) e Johan Langell (bateria), uma das mais criativas e talentosas cozinhas que se teve notícia. Como isso tudo chegaria até nós, já que o posto de baixista ainda não foi ocupado, e a vaga se abriu antes da de baterista. Léo Margarit, novo responsável pelas baquetas, conseguiria sair da sombra de Langell? E os dois últimos álbuns (já que a tour de Scarsick não passou por aqui), como soariam ao vivo? E que raio de história era essa de Undertow não estar sendo executada na atual turnê? Isso seria mesmo verdade?

Todas essas indagações calaram-se quando as cortinas do palco se abriram, e a intro mecânica com a música Remedy Lane começou a se fazer ouvir. Não podiam começar de uma melhor forma, sendo que o Remedy Lane é, sem dúvida, o álbum mais querido da banda, e certamente o que carrega o maior número de votos para o melhor trabalho do PoS. Ao fim dela, a banda começa seu show, mandando na sequência, tal qual está no álbum, Of Two Beginnings e Ending Theme. Nesse momento, meu único desejo é que eles seguissem com Fandango, A Trace of Blood e por aí irem Remedy Lane adentro, mas infelizmente meus sonhos não se materializaram. Ouvimos na sequência America, e aqui a primeira surpresa do show: com os dizeres “Essa será uma pequena pausa”, Daniel se retira do palco, levando a todos consigo, menos Léo, e então temos um solo de bateria, típico cartão de boas vindas, no meio da música! Alguns minutos depois a banda retorna e retomam a música do ponto em que haviam parado, dando ao show um gás incrível, sem deixar a peteca baixar após o começo matador. Aqui, Daniel, implicitamente, mostrou ser realmente um gênio pensante. Após essa, tivemos o trem em disparada Handful of Nothing, seguida da primeira do último álbum, Of Dust. Funcionou melhor ao vivo que em estúdio. Kingdom of Loss, Black Hills e a mais Prog Metal de todas aqui, Ideoglossia, fazendo a todos lembrarem prq eles já foram tão comparados ao Dream Theater. E então o momento mais belo do show: a linda Her Voices, seguida quase que como uma música só pela Second Love, esta cantada em uníssono pelos presentes. Várias lágrimas se fizeram ver nesse momento, inclusive deste que vos fala. Ok, vamos retomar o clima do show: Diffidentia, única música do BE, uma paulada, extremamente forte ao vivo! No Way, do último álbum, e então uma das melhores de toda sua discografia: Ashes. Mais duas do recente trabalho: Linoleum e Road Salt (muito bonita ao vivo), e então o palco quase se apaga. Poucas e fracas luzes faziam-se perceber o vulto de Fredrik atrás do teclado. E, para surpresa geral, os holofotes são jogados no camarote esquerdo, e lá estava Daniel executando Falling, no meio do público. Coisas que só o PoS faz por você! Para fechar, Daniel anuncia a “última” música do show, Perfect Element. E que música!

A banda se retira, e então ouve-se um coro que clamava “Undertow”. Sim, senhores, eu não era o único incomodado com o fato deste hino não estar presente no set list. Pouco depois a banda retornava para executar mais uma do atual trabalho, Tell me you don`t know, seguida da divertida Disco Queen, e então a pista do Carioca Club virou uma grande balada, com todos dançando. Sim, inclusive. E para fechar o show, como disse Daniel “Sim, dessa vez é verdade”, Nightmist. E aqui tivemos de tudo: reggae, blues, Metal Extremo. Tivemos até bolo! Numa pausa da música, após um longo grito de Daniel, a banda não retoma a música, e o famoso “Happy Birthday to you” é entoado, enquanto a equipe entrava com um bolo. Nosso querido vocalista estava completando 38 aninhos! A expressão de satisfação e surpresa do Daniel foi impagável! Visivelmente feliz, ele fez um longo agradecimento, retomou a música e assim finalizou o show. Sim, finalizou o show. SEM UNDERTOW! Inexplicável isso.

O que se viu nesse show é que, apesar de ter sido um grande show, foi inferior ao de 2005. O que aquele time tinha a oferecer nitidamente era mais volumoso que esse. Começa-se pelo fato da banda ainda ter vago o posto de baixista, e este que vimos ser apenas contratado para a tour. Segue-se com o fato de que, por mais preciso e competente que seja Margarit, Langell faz falta. Langell era um gênio das baquetas e dava uma vida totalmente diferente as músicas. Fredrik, esse nós quase esquecemos que ele está no palco as vezes, de tão discreto que é. Agora, não há o que dizer de Daniel e Hallgren. Uma química como poucas existentes hoje. Tanto na presença de palco, nas interpretações vocais, na atuação em conjunto. Hallgren é um poço de carisma. E Daniel é nada menos que um gênio. Tem o público nas mãos. Brinca e conversa o tempo todo, com um carisma invejável em um vocalista com sua visibilidade. E faz o que quer com a voz. Fica nítido que o PoS continua sendo uma grande banda, com grandes músicos, que excutam um grande show. Mesmo sem o maior hino. Para quem os viu em 2005 ficou clara a diferença entre os times. Para quem não os viu, ficou certamente uma belíssima impressão, e um gostinho de quero mais. E rápido!

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Redação

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