Show há muito tempo esperado pelos “órfãos” do Sentenced, a banda finlandesa que tem como frontman Ville Laihiala (vocal e guitarra), Poisonblack, apresentou-se pela primeira vez no Brasil no último final de semana no Manifesto Bar, em São Paulo/SP. Como inicialmente haveria somente um único show nessa primeira passagem do grupo pelo Brasil, houve uma certa confusão em relação à data na qual deveríamos comparecer para fazer esta cobertura, pois fomos avisados na sexta (26/08) de que cobriríamos um show extra a ser realizado no domingo, 28/08. Resolvido esse pequeno contratempo, lá fomos nós, num quente final de tarde, conferir a segunda apresentação do Poisonblack. Havia uma pequena fila na porta do bar, constituída por pessoas do fã clube e que já haviam visto a banda na noite anterior, sem perder a ansiedade, porém.

Por volta das 19:30h, sobe ao palco o Furia Inc. para aquecer as poucas pessoas que lá se encontravam. Mesmo com uma presença de palco enérgica e contando com bons músicos, a banda paulistana de thrash metal não conseguiu empolgar muito, acredito que pelas diferenças musicais com relação à atração principal da noite, mais voltada ao gothic rock/metal. Após uma apresentação de 40 minutos, na qual tocaram sons próprios do recém lançado EP Before The World Ends e alguns covers de bandas como Pantera e Sepultura, a banda deixa o palco e a expectativa aumenta.

Uma pausa se segue para que o palco seja montado e os próprios integrantes do Poisonblack aparecem rapidamente para os últimos ajustes no som, retornando ao camarim logo em seguida. Isso é a deixa para que o público se junte na frente do palco esperando o início desse show extra. E não demora muito para que as luzes diminuam e a intro seja ouvida nos PAs. Às 21h, em meio à fumaça, Ville Laihiala, Antti Remes (baixo), Marco Sneck (teclado), Tarmo Kanerva (bateria) e Antti Leiviskä (guitarra) aparecem tocando Raivotar, alterando a ordem das músicas que vinham sendo executadas nas últimas apresentações da banda. Na sequência vieram Casket Case e duas músicas do mais recente álbum da banda, Drive, A Good Day For The Crows e Sycophant. Com o público já devidamente aquecido e animado, tocaram The Living Dead, música um pouco mais lenta presente no álbum Lust Stained Despair (2006). A agitação voltou com Left Behind, seguida por Love Infernal, cantada por todos os presentes. Aliás, o pequeno público sabia cantar todas as músicas, desde as de álbuns mais antigos até o lançado neste ano.

Ville mostrou-se simpático, arriscando um “Obrigado!” entre uma música e outra. Como foi um show praticamente particular, pois havia no máximo umas 50 pessoas, foi possível circular pela plateia e conferir a apresentação de diversos ângulos. Havia espaço para o público dançar, se movimentar e curtir o som, que, diga-se de passagem, soava meio embolado para quem estava muito próximo ao palco, não que isso fosse um problema para as/os fãs que puderam ficar a alguns centímetros apenas da banda, ou comprometesse a performance da mesma.

Na sequência, tocaram Buried Alive, mais músicas do Drive, Nothing Else Remains, Maggot Song e então veio o momento baladinha com Invisible, para dar uma acalmada, um certo descanso por assim dizer, para já emendarem Soul In Flames. No breve intervalo entre Soul In Flames e Bear The Cross, Ville comentou que havia aprendido duas palavras em português, fazendo com que todos caíssem na risada, mas não seria adequado citá-las aqui. Mercury Falling já anunciava que a apresentação estava prestes a terminar, e ouvir todo mundo cantando “hearts beating fast, let’s make the moment last” soou como um pedido para que o show não acabasse. Mas infelizmente acabou, com a banda tocando Rush, cumprimentando o público e deixando o palco.

Não há como negar que são bons músicos, competentes, com uma apresentação consistente e dinâmica; o guitarrista Antti Leiviskä, que entrou no final do ano passado no lugar de Janne Markus, está bem entrosado com os outros integrantes, o tecladista Marco Sneck não para um minuto de agitar e bater cabeça e o baixista Antti Remes movimenta-se bastante pelo palco. Segundo comentários, Ville e companhia se mostraram mais simpáticos do que na noite anterior, interagindo mais com o público. Após o show, todos os músicos atenderam as pessoas, dando autógrafos, tirando fotos e conversando com quem permaneceu no bar.

Finalmente esses finlandeses puderam sentir o calor brasileiro, tanto em relação ao clima quanto ao público, e deixaram uma ótima primeira impressão. Agora é esperar para que incluam o Brasil com maior frequência em sua agenda de shows.

Setlist:

intro
Raivotar
Casket Case
A Good Day For The Crows
Sycophant
The Living Dead
Left Behind
Love Infernal
Buried Alive
Piston Head
Scars
Nothing Else Remains
Maggot Song
Invisible
Soul In Flames
Bear The Cross/Spinal Tap
Mercury Falling
Rush

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Escrito por

Redação

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