Sábado de Aleluia, um dia útil cercado por dois feriados nacionais, e dois grandes eventos de música extrema rolando na cidade, praticamente ao mesmo tempo. Um dia extremamente quente que nos fazia sentir como se toda a destruição sonora que aconteceria tivesse atraído o próprio inferno como pano de fundo. E foi nesse clima que o Carioca Club recebeu a lenda do Thrash Metal Sodom, contando com a abertura das bandas Red Front e Machinage.

Infelizmente, devido a uma sequência incomum de contratempos, não foi possível chegar ao local a tempo de pegar o show do Machinage. Assim que adentrei a casa, a banda anunciou o fim do show. Não foi possível sequer fazer alguma imagem para ilustrar a matéria. Ficamos em débito dessa vez.

Red Front

Na sequência, sobe ao palco a banda Red Front. Em forte evidência já a um ano, quando venceu a seletiva paulistana para o WOA Metal Battle, o Red Front faz um show totalmente característico e peculiar. Se auto intitulando “fanfarrões”, seus shows são permeados por ironias, piadas, algumas apologias discutíveis e, claro, muita, mas muita energia e garra! A impressão em alguns momentos é que nem eles mesmos se levam a sério, e é justamente aí que a mágica particular da banda acontece. Pois, no momento em que o show começa, a banda toma o palco de assalto de uma forma que chega a ser vertiginosa! Marq, Oscar e Marcelo formam a linha de frente das cordas, enquanto Leo segura urrando os vocais. O som é de uma agressividade invejável, porém executado de uma forma descontraída. Fato facilmente perceptível nas constantes caretas que Leo e Oscar fazem o tempo todo. Outro ponto salutar do show é o momento em que trazem ao palco seu tradicional “convidado especial”: Pe Lanza, vocalista da banda Restart, versão boneco. Sempre um discurso detrativo ao som e visual do citado, o boneco é oferecido ao público para que uma “amigável” destruição do mesmo seja feita. Muitos criticam, mas o fato é que é engraçado! Destaques do show para o cover de Territory, do Sepultura, e Circle to Hate, a música que encerrou o show, onde Leo armou um Wall of Death com os presentes, com Oscar descendo do palco, atravessando a pista pelo vão aberto e terminando de executar a música no meio do público. Um show divertido, pesado e agressivo.

Red Front

Ao final do show do Red Front, podia-se perguntar sobre o êxito do evento, já que a pista estava tomada apenas em sua metade. Um telão foi colocado a frente do palco, enquanto o palco do Sodom era montado. E, como que por mágica, nos 40 minutos que separaram os dois shows, talvez pela data, o milagre da multiplicação aconteceu! (rs) Assim que a intro mecânica começou a se fazer ouvir, a pista já estava tomada em sua totalidade. Um número enorme de fotógrafos preenchiam o pit a frente do palco. E ali, finalmente, pode-se começar a sentir a força da lenda se fazer presente!

Sodom

E foi com In War and Pieces que o trio adentrou o palco. Formado hoje por Markus “Makka” Freiwald (bateria, desde o último álbum da banda, homônimo da primeira música executada), Bernd Bernemann (guitarra, posto que ocupa desde o álbum Til Death do us Unite, de 1997) e a legenda Tom Angelripper (membro fundador, baixo/voz), o que se viu por pouco mais de 1h30 foi um Trash Metal rápido, agressivo, muito bem executado e devastadoramente envolvente! O que mais chamava a atenção durante toda a apresentação era a nítida alegria e satisfação que o trio demonstrava em estar ali, diante daquele enlouquecido público. O sorriso na face de Bernemann não desmontou por um segundo sequer! Tom, sempre que possível, se comunicava com o público, interagindo de uma forma que todos mantinham o calor infernal dentro da casa sempre no máximo! Clássicos da banda como M-16, The Vice of Killing, Agent Orange e até um clássico de outra lenda, Iron Fist, do Motorhead, fazia com que o público presente agitasse e enlouquecesse sem trégua! Rodas podiam ser vistas o tempo todo, assim como muitas cabeças batendo por toda a pista. E com uma olhada um pouco mais detalhada, era possível perceber também que aqueles sorrisos vistos no palco eram repetidos na platéia. Após a execução da citada Agent Orange, a banda sai do palco e volta logo em seguida, para executar Remember the Fallen e encerrar o show com Sodomized.

Sodom

Casa lotada, imprensa comparecendo em peso, uma lenda fazendo um verdadeiro show e um público enlouquecido o tempo todo. Mesmo o setlist tendo sido (segundo informações) um pouco menor que no dia anterior, em Curitiba, acredito que todos tenham saído felizes do Carioca. Angelripper se portou como uma verdadeira lenda viva: sem frescuras, estrelismos e com muita humildade e simpatia. Seus companheiros completaram a excelência musical e a latente simpatia. As bandas de abertura compuseram o contesto. Uma “matinê” devastadoramente incrível!

Setlist Red Front:

Institution is Down
Just a Game
Devil’s son
Territory (cover Sepultura)
Killer (com o boneco Restart)
Circle of Hate

Setlist Sodom:

In War and Pieces
Sodomy and Lust
M-16
Outbreak of Evil
The Bird is The Word – Trashman cover
The Saw Is the Law
Iron Fist – Motörhead Cover
The Vice of Killing
The Art of Killing Poetry
City of God
Blasphemer
Eat Me!
Ausgebombt
Agent Orange
Remember the Fallen
Sodomized

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Escrito por

Redação

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