Em 2000, a grande expectativa no heavy metal era o lançamento do Brave New World do Iron Maiden. A lendária banda britânica contava com os retornos do guitarrista Adrian Smith e do vocalista Bruce Dickinson, após uma passagem de pouco êxito de Blaze Bayley.

O álbum entrou para a história como um dos melhores da Donzela, com vários clássicos executados até hoje e mostrou que nem parecia que Bruce e Adrian ficaram ausentes tantos anos, tamanho o entrosamento.

O 12° full-lenght dos ingleses criou esperança aos fãs em dias melhores da banda e conseguiu outros fãs em várias partes do mundo.

Foi através deste lançamento, que na Região de Castela e Leão, na Espanha, que Mina Walkure, conheceu a banda e se encantou pelo heavy metal. A música que mais a agradou foi ‘Bloods Brothers’. A partir daí, a jovem garota tentou ser música e vocalista, além de conhecer outros grupos headbangers.

Junto com o seu irmão, Luis Alfonso ‘Lap`, resolveram criar uma banda: Kramp. Visando buscar outros músicos e ter um destino melhor para o grupo, os irmãos deixaram o noroeste espanhol e foram viver em Madrid.

Na capital do país, o Kramp lançou o EP ‘Wield Revenge’ em 2016 e conseguiu shows tanto dentro como fora de suas fronteiras, como no Reino Unido, por exemplo.

Capa do novo álbum da banda. Imagem: divulgação

Em 2020, duas décadas após o ‘Brave New World’, e dez anos, após o surgimento do Kramp, Mina, seu irmão e os demais músicos gravaram o primeiro álbum: Gods of Death.

Para falar mais sobre o lançamento, que ocorreu no dia 25 de novembro, o Portal do Inferno conversou com Mina, que ainda falou mais sobre a história da banda e os projetos para o futuro.

Ainda integram o Kramp: os guitarristas Sara Carretero e David, além do baterista Albert Von Krow.

Confira:

1)Em novembro saiu o primeiro álbum da banda:’ God of Death’. Como foi gravar um disco em plena pandemia e como analisa o resultado final?

Mina: Estamos muito contentes. Foi um trabalho muito longo e duro, desde que saiu o nosso primeiro EP (Wield Revenge, 2016). Na verdade, nós não gravamos durante a pandemia. Esta parte estava finalizada muito antes do vírus se espalhar por aqui. Levamos muito tempo para gravar, por outros motivos. Cada um gravou sua parte em sua própria casa.

Nestes meses trabalhamos a distância, com Cederick Fosberg (produtor sueco) para a mixagem, produção e ademais processos. Isso já seria feito assim, mesmo sem a pandemia, uma vez que o trabalho final foi na Suécia.

Estamos muito felizes em ver que um trabalho longo e duro, tem tido um retorno positivo do público.

2)Como pensam em fazer a divulgação em tempos de Pandemia? Há alguma previsão de quando poderão fazer shows?

Por ora, estamos fazendo alguns especiais extras, como um lyric-video, para compensar estes tempos estranhos.

Não sei quando poderemos fazer shows, ou mesmo lives. Só podemos aguardar e ver o que vai ocorrer.

3)Quais músicas você gosta mais do God of Death?

Não me faça escolher uma. São todos meus bebês (risos)!

4)Falando sobre a história da banda: como foi o início até o lançamento do God of Death?

A banda surgiu em 2010. Eu e meu irmão (Lap, baixista) tivemos a ideia de montar uma banda de heavy metal clássico.  Depois de um tempo, me mudei para Madrid e fui com a intenção de encontrar outros membros para a banda. Lançamos algumas demos e finalmente em 2016 fizemos o EP: Wild Revenge. Foi através dele que pudemos fazer shows por toda a Espanha e fora de nossas fronteiras. Por fim, em 2020, lançamos o nosso primeiro álbum.

Da esq. à dir: David, Lap, Mina, Sara C e Albert. Imagem: divulgação.

5) A cena de Power/heavy metal na Espanha é muito forte. Por que há tantas bandas espanholas boas?

Não tenho ideia (risos). Há alguns anos, não era assim, mas não me queixo que esteja aumentando o número de bandas.

Penso que foi pelo fato de ter tido um ressurgimento aqui de vários festivais, clubes e fãs  focado no som mais tradicional do metal.

6)Como foi seu início no heavy metal e quais bandas te inspiraram?

Foi na adolescência, com o lançamento do ‘Brave New World’ do Iron Maiden. Ao menos nessa época, eu já estava consciente sobre o som que eu escutava.

Uma amiga me passou, Blood Brothers, em um mp3, não muito agradável, através do MSN e aquele som ficou na minha cabeça. Esse álbum foi o começo de tudo para mim: uma revolução.

Comecei a tentar a vida como músico por volta dos meus 14 anos. Primeiro, a bateria, depois o violão e posteriormente tentei ser vocalista. Quando criança, eu tive um teclado de brinquedo e vivia fazendo barulho, sem saber o que eu estava fazendo.

Tenho uma lista interminável de bandas que eu adoro. Vamos ver se é possível falar todas: Dio, Manowar, Judas Priest, Omen, Accept, Crimson Glory, Running Wild, Grave Digger, Heavens Gates, Metal Church, Savatage, Yngwie Malmsteen…

7) Falando um pouco de Brasil: quais bandas daqui você gosta e já pensou na possibilidade de fazer shows na América do Sul?

Tenho varias bandas brasileiras na minha coleção: Grey Wolf,  Brothers of Sword, Yuri Falone e  Hazy Hamlet, por exemplo.

Alguns anos atrás, era muito fácil encontrar novos tons épicos do Brasil. Não sei se houve uma ‘pequena explosão’ com o gênero, mas foi muito legal.

Escrito por

Leonardo Cantarelli

Headbanger, jornalista formado, autor de 2 livros e mesatenista!