– O que significa trabalhar com música instrumental, para você?

Ricky: Pra mim é liberdade. Eu faço o som que eu gosto. Sem amarras, sem ninguém me ditando como ou o que eu devo fazer. Pra mim é o estilo mais divertido de se tocar, pois é um onde eu me sinto em casa e o som que eu realmente amo fazer.

– “Beast Mode” é o seu último álbum, como ele vem sendo recebido pela imprensa e fãs?

Ricky: Pra mim é meu melhor álbum, tanto em termos de composição, quanto parte técnica e produção. Eu percebo que as pessoas que vem ouvindo o álbum gostam bastante. Apesar da complexidade em alguns pontos e saber que nem todo mundo aprecia ou vai assimilar tudo que está ali eu noto que o pessoal gosta. E isso que importa no final das contas.

– Quais as principais diferenças que você enxerga em “Beast Mode” com relação aos trabalhos que saíram antes dele?

Ricky: Eu gosto do todo em “Beast Mode”. No anteriores que sinto que haviam altos e baixos. Com músicas “melhores” do que outras. Esse projeto me parece mais homogêneo e orgânico. Eu ouço e não noto uma quebra, isso é muito difícil de conseguir. Espero que o público se divirta e curta ele tanto quanto eu.

– “Beast Mode” possui músicas muito fortes, e todas instrumentais. Porque você preferiu seguir por este caminho? Você não almeja algum dia trabalhar com vocalistas?

Ricky: Meu som é voltado ao meu gosto preferido, que é o instrumental. Não tenho nada contra em fazer projetos com vocal. Mas eu tento me manter no meu foco e onde eu sei que vou render e compor melhor, que é no instrumental. Quem sabe no próximo não pintam uns vocais…

– A arte da capa foi assinada por qual profissional? Qual o significado dela?

Ricky: Pra essa capa eu mesmo quis cria-la. Como estamos nos habituando cada vez mais com Inteligência Artificial eu quis testar algumas ideias e ver como seria uma versão minha, mais oriental, guerreira e mística, por assim dizer. Eu adoro a cultura asiática e acho que é o momento ideal para devolver um pouco para eles por tanto que já fizeram por nós e a influência quem tem na minha vida.

– Eu gostei muito da mixagem e masterização de “Beast Mode”, o que você pode nos falar

sobre a pós produção do disco?

Ricky: O crédito fica todo para o excelente Giovani Guazzelli. Sempre que há disponibilidade por parte dele, prefiro deixar nas mãos dele para mixar e masterizar. Com certeza os próximos estarão em boas mão também.

– “Beast Mode” ganhou uma tiragem limitada em CD? Existem planos para uma produção em maior escala neste sentido?

Ricky: Neste primeiro momento, provavelmente até o final do ano ficaremos no digital. O físico tem pedido, mas o custo elevado não compensa no momento. Mas é um assunto a se tratar com a gravadora, se houver demanda, não vejo problemas. Eu gosto do analógico. Me lembra meus tempos de garoto.

– Como tem sido os shows desta fase da sua carreira? O público está conseguindo assimilar o álbum?

Ricky: É sempre divertido tocar as músicas do “Beast Mode”, como são mais agressivas e pesadas acaba contagiando o pessoal mais headbanger e do metal. Então a chance de todo mundo sair feliz e satisfeito dos shows é sempre muito maior. O público é sempre carinhoso comigo e me dá o maior apoio, porquê eles sabem que é um estilo diferente e bem nichado. Então quem esta ali, esta por gostar de verdade.

– A faixa-título pra mim é a melhor do CD. Imagino que foi desafiador escrever essa música que, além de complexa, tem diversos elementos e camadas…

Ricky: “Beast Mode” foi a primeira faixa escrita para o álbum. Bem inspirada em Mark Tremonti eu queria trazer algo bem agressivo já de início. É uma das músicas mais orgânicas do álbum. Você consegue notar que ali tem bastante coisa técnica, mas tem espaço para improviso e até mesmo momentos de “desleixo” na hora de tocar, onde o foco é mais o ruído, o barulho da guitarra. Pra não ser uma música engessada. É legal essa liberdade, talvez somente no instrumental você tem espaço para fazer “barulho” se tornar músical.

– Obrigado pelo tempo concedido a nós do Portal do Inferno. Mandem notícias da cena do interior de São Paulo, por gentileza…

Ricky: Eu quem agradeço o espaço e nos vemos em breve. Até mais !!!