Com mais de 30 anos de estrada e considerado um dos grandes nomes da história do heavy metal alemão, o Grave Digger já é “figurinha carimbada” no Brasil. Desde sua primeira passagem pelo País, em 1997, quando veio acompanhado do também histórico Rage, o grupo tem nos visitado com bastante frequência, e inclusive gravou um DVD ao vivo em São Paulo, em 2005, marcando as comemorações de seus 25 anos de carreira. Nesta última semana, a banda desembarcou novamente por aqui para mais alguns shows, passando por Porto Alegre (RS), Varginha (MG), no Festival Roça ‘n’ Roll, e fechando mais a turnê com um show acústico no último domingo, no Manifesto Bar.

Talvez pelo fato de terem tocado em Varginha no dia anterior, a banda demorou um pouco mais do que o programado para chegar à capital paulista, o que provocou certo atraso no cronograma do dia. A abertura da casa, que estava prevista para as 18h, só veio a acontecer quase que duas horas depois, já com uma fila considerável (e um pouco impaciente com a demora) de fãs. Com todos já devidamente acomodados no local, por volta das 21h, a apresentação dos alemães teve início.

Grave Digger

Ao som de uma introdução executada pelo tecladista-caveira H.P. Katzenburg, os integrantes do grupo, Axel Ritt (que nesta noite trocou a guitarra pelo violão), Jens Becker (baixo), Stefan Arnold (bateria) e, por fim, o lendário Chris Boltendahl (vocais), desceram ao palco do Manifesto e iniciaram o primeiro show completamente acústico de sua história com a clássica The Round Table (Forever). E ela foi uma ótima amostra do que estava por vir, com a grande maioria cantando-a quase que inteira juntamente com Chris.

O show prosseguiu com The Curse of Jacques, que ficou bem interessante em formato acústico, e com a recente Home At Last, do último álbum Clash of the Gods. Com Chris brincando bastante e arrancando várias risadas do público com suas caras, a banda seguiu com The House, que acredito que muitos não esperavam, e com The Last Supper, que rendeu inúmeros aplausos. A belíssima The Ballad of Mary (Queen of Scots), foi digna de arrancar lágrimas e deu uma cara ainda mais intimista ao show, com seu emocionante refrão.

Grave Digger

Depois dela, vieram ainda Medusa, do último disco, e uma excelente sequência de clássicos, que começou com Yesterday (que foi finalizada com um pequeno trecho de Stairway to Heaven, do Led Zeppelin), The Dark of the Sun e a poderosa Rebellion (The Clans Are Marching), o grande hino da banda e que foi cantada em uníssono, do começo ao fim. Fechando a primeira parte tocaram ainda Heavy Metal Breakdown, outra música indispensável em qualquer show do Grave Digger. A versão acústica parece ter agradado a todos, e o quinteto saiu do palco ovacionado ao final dela.

Após uma rápida pausa, a banda retornou com Pray, e num momento bastante inusitado, fecharam a noite tocando novamente The Round Table (talvez para uns poucos fãs que chegaram alguns minutos após o início do show) e Heavy Metal Breakdown, essa última numa versão um pouco diferente da executada anteriormente.

Grave Digger

Apesar do set um pouco mais curto, como já era previsto por ser um show diferente do habitual, acredito que todos se divertiram bastante nessa noite, principalmente com essa maior proximidade e interação entre público e banda que esses eventos acústicos e mais intimistas costumam proporcionar.

Set list:

The Round Table (Forever)
The Curse of Jacques
Home at Last
The House
The Last Supper
The Ballad of Mary (Queen of Scots)
Medusa
Yesterday
The Dark of the Sun
Rebellion (The Clans Are Marching)
Heavy Metal Breakdown

Bis:
Pray
The Round Table (Forever)
Heavy Metal Breakdown