Em sua primeira passagem pelo Brasil, no ano passado, o Annihilator tocaria no último dia do Metal Open Air, que foi cancelado, e em São Paulo. Com o show acontecendo durante a semana em uma terça-feira, e com diversos shows concorrentes na mesma época, muitos fãs não puderam comparecer ao evento e tiveram nesse último fim de semana a chance de conferir um dos mais intensos shows de thrash metal já apresentados por aqui.

Antes deles,os brasileiros do Torture Squad fizeram o show de abertura. Apresentando-se como um trio desde o ano passado, quando o vocalista Vitor Rodrigues deixou a banda, o grupo mostrou que já se encontrou no novo formato com André Evaristo nas guitarras e vocais junto da excelente cozinha de Castor, no baixo, e Amilcar Christófaro na bateria.

Boa parte do público que entrou na casa cedo e acompanhou o show, aplaudiu muito o Torture Squad que fez um set curto de pouco mais de 40 minutos mas suficiente para empolgar quem já aguardava o Annihilator.

Pouco após as 20h30 foi a hora do Annihilator subir ao palco e com a dobradinha Ambush e King of The Kill e surgindo uma imensa roda no centro da casa, que durou a apresentação inteira. A resposta do público à banda foi de grande empolgação, não só pelas músicas, mas pela impressionante e carismática performance do líder e fundador da banda, Jeff Waters.

Durante todo o show, Waters percorreu todos os cantos do palco indo diversas vezes até o público, pediu palmas, dividiu alguns vocais, fez caretas e exibiu uma impressionante e precisa técnica tocando os complicados solos do Annihilator como se fosse algo extremamente simples de fazer. Com certeza, um músico muitas vezes subestimado em diversas listas de melhores do heavy metal.

Essa liberdade que Jeff tem é possível graças aos demais integrantes, começando por Dave Padden que já está na banda há dez anos e, com competência, canta além de tocar a guitarra base. A cozinha de Al Campuzano no baixo e Mike Harshaw na bateria completam o time, cumprindo bem os seus papéis e tendo até um breve momento para um solo de bateria por Mike após Phantasmagoria.

Apesar de poucas diferenças em relação ao set do ano passado, o grupo apresentou uma faixa nova chamada No Way Out bem recebida pelos presentes com todas as características de uma canção do Annihilator. Ainda tocaram a faixa No Zone, do álbum Set The World on Fire, que não aparecia no repertório da banda há muito tempo.

Com a clássica Alison Hell, o Annihilator encerrou a parte tradicional do set, retornando ao palco minutos depois para o bis que contou com Stonewall e a animada Shallow Grave e sua grande influência de AC/DC encerrando a apresentação do grupo canadense. Os membros da banda cumprimentaram diversos fãs na beira do palco distribuindo palhetas e baquetas.

Mesmo tendo demorado mais de 20 anos desde sua formação até sua primeira vinda, e rápido retorno ao País, o Annihilator fez a espera valer à pena entregando uma competente apresentação com vontade e grande talento. E pela amostra da nova canção, pode-se esperar um bom álbum com um material que, se depender do público, será bem recebido em um novo futuro show por aqui.

Setlist: Annihilator

Ambush
King of the Kill
Betrayed
Ultra-Motion
No Way Out
Time Bomb
Clown Parade
Set the World on Fire
W.T.Y.D.
Bliss
Phantasmagoria
Drum Solo
21
No Zone
I Am in Command
The Trend
The Fun Palace
Alison Hell

Bis:
Stonewall
Shallow Grave 

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