O Sepultura fez no último domingo, em São Paulo, o show de lançamento do seu novo disco The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart. Além disso, a noite também comemorou os 20 anos do disco Chaos A.D. com o álbum sendo executado na íntegra, como aconteceu algumas semanas antes em shows disputados (e esgotados) no SESC Belenzinho também na capital paulista.

Sepultura

A abertura da noite ficou a cargo do República que divulgou o lançamento de seu terceiro disco Point Of No Return. Carismáticos, os músicos interagiram com o público e não tiveram dificuldades em entreter os presentes com as canções de seu novo material como Goodblye Asshole e Change My Way, além de covers como Ace of Spades e Killin’ In The Name. Com El Diablo, o grupo encerrou seu set e provavelmente conquistou aqueles que ainda não os conheciam.

República

Chegada a hora da apresentação do Sepultura, era possível notar as câmeras instaladas nas laterais do palco e microfones para captação de som, pois o show foi gravado para o lançamento de um futuro DVD e, no que depender do público presente, a intensidade aparecerá como das maiores. Desde o início do show até o final houve, mais para o meio da casa, uma roda na qual diversos fãs se alternavam enquanto na frente outros cantavam todas as canções e ovacionavam o grupo.

O setlist ficou dividido em duas partes com a primeira apresentando seis canções do novo disco, que ao vivo se torna mais pesado que a gravação, com destaque para The Vatican e a cover Da Lama ao Caos, cantada por Andreas. As outras canções percorreram a trajetória do grupo desde canções recentes como Kairos e mais antigas como a sequência de Inner Self e Arise que encerraram essa primeira parte. No palco, o Sepultura demonstrou uma presença absurda como sempre ocorre nos shows e que a entrada de Eloy Casagrande fez bem ao grupo. O talento do baterista e a vontade com a qual ele toca são impressionantes.

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Houve também as tradicionais piadas com times, agora que cada integrante torce para um diferente. Derrick também brincou com o fato que o local do show era bom, pois além de gostar de tocar em São Paulo, o Carioca é do lado de sua casa e que tocaria “músicas românticas” para todos.

Com esse clima elevado, a segunda parte do show foi recebida com muita empolgação. Andreas, com um vinil de um fã da grade em mãos, citou que apesar de Chaos A.D. ter sido lançado há mais de 20 anos, o material continua muito atual. As faixas do álbum não foram executadas na ordem que se encontram no disco, fato que não tirou em nada o brilho da noite. Sem contar que isso deixou a sequência Biotech Is Godzilla, Territory e Refuse/Resist para o final do setlist, fazendo o Carioca Club tremer com as pessoas pulando e na roda, agora imensa, que tomou conta da pista.

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Mas um show do Sepultura não é um show completo sem a execução de Roots Bloody Roots que encerrou, em grande estilo, a noite de lançamentos e comemorações especiais. Celebrando 30 anos de estrada no ano que vem, a banda se mostrou renovada e que aqueles que ficam se preocupando com reuniões e passado, estão perdendo a oportunidade de apreciar os recentes discos que, nos shows, funcionam de forma tão intensa quanto as canções antigas que raramente decepcionam ao vivo. No saldo altamente positivo da noite, o Sepultura mostrou que entrará em 2014 com o pé direito.

Confira a galeria de fotos da apresentação

Setlist Sepultura:

Parte 1:

Trauma of War
The Vatican
Kairos
Impending Doom
Manipulation of Tragedy
Convicted In Life
Dusted
The Bliss of Ignorants
The Age of The Atheist
Da Lama ao Caos (Nação Zumbi cover)
Inner Self
Arise

Parte 2:

Intro – Chaos B.C.
Propaganda
Slave New World
Amen
The Hunt (New Model Army cover)
Nomad
Manifest
We Who Are Not As Others
Kaiowas
Clenched Fist
Polícia (Titãs cover)
Crucificados Pelo Sistema (Ratos de Porão cover)
Biotech Is Godzilla
Territory
Refuse/Resist
Roots Bloody Roots